(Reuters) - No verão de 2013, um cometa com nome de mulher – Rose – poderá ser visto nos céus de Barcelona. O evento reúne amigos e parentes em todos os cantos da cidade. Mas não é o raro acontecimento astronômico, e sim sua analogia com a incerteza e a inevitabilidade da paixão, o tema da comédia dramático-romântica “Noite de verão em Barcelona”, estreia na ficção do diretor catalão Dani de la Orden.
Em sua maior parte falado em catalão, o filme marca sua identidade regional, explorando a beleza da cidade sem exagero turístico, situando seus muitos personagens neste privilegiado cenário urbano. Querendo incluir todos os públicos para falar de amor, retrata todo tipo de casal: pré-adolescente em busca do primeiro beijo; gay (inserido num contexto muito interessante, o mundo do futebol); um par de namorados que lida com uma gravidez inesperada; um grupo de amigos dos dois sexos assombrado pela paixão mal-resolvida entre dois deles; e vários solteiros à caça, com mais ou menos veemência.
Como acontece em todo filme-coral, perde-se consistência aqui e ali, já que a necessidade de multiplicar incidentes para todos os segmentos não significa que todos atinjam a mesma graça ou relevância.
Sem ser original num caminho tão explorado pelo cinema, nem pretender, felizmente, imitar Woody Allen, “Noite de Verão em Barcelona” é uma tentativa simpática de abordar para um grande público esse grande mistério (ou ilusão) da vida. Com um pouco de romantismo e auto-ironia, que não fazem mal a ninguém.
(Neusa Barbosa, do Cineweb)
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