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ESTREIA-Riscos da busca pela beleza norteiam comédia “Linda de Morrer”, com Glória Pires

Publicado 19.08.2015, 17:19
© Reuters. Cena do filme "Linda de Morrer", com Glória Pires

SÃO PAULO (Reuters) - Não bastasse todo o reconhecimento obtido em seus mais de 40 anos de carreira na televisão, o sucesso de bilheteria de "Se Eu Fosse Você" (2009) é mais uma garantia de que a volta de Glória Pires à comédia no cinema em "Linda de Morrer" (2015), após um hiato dela no gênero de quase seis anos, deverá ser um sucesso comercial.

O quanto o marketing da Globo Filmes poderá alavancar este desempenho já é difícil de prever, mas é certo que, mesmo com a falta de apuro técnico ou espírito inovador, o longa de Cris D'Amato tem comicidade e charme suficientes para cair nas graças do público.

Na história, a atriz vive a renomada Dra. Paula Lins, dermatologista que descobre a cura para a celulite e, no entanto, morre pelos efeitos colaterais do seu remédio, chamado "Milagra", antes do lançamento da tão esperada pílula. Para evitar a comercialização do medicamento, ela precisa da ajuda do psicólogo Daniel (Emílio Dantas).

Ele reluta em aceitar o dom da mediunidade herdado de sua avó, a mãe de santo Lina (Susana Vieira), mas é a única chance da falecida médica se comunicar com sua filha Alice (Antonia Morais), com quem ela tinha uma relação difícil, ou com seu antigo braço direito na clínica estética, o cirurgião plástico Francis (ngelo Paes Leme).

Quem já viu filmes semelhantes na temática, "Ghost: Do Outro Lado da Vida" (1990) e "E Se Fosse Verdade..." (2005), por exemplo, vai encontrar certas repetições, sem o mesmo brilho.

O roteiro de Carolina Castro e Marcelo Saback – este, uma figurinha carimbada na autoria das mais recentes comédias nacionais protagonizadas por mulheres – oscila entre bons momentos, como na ótima cena do programa de TV de Gilda Bayão (Stella Miranda), com a apresentadora alterada pelo Milagra dizendo algumas verdades ao convidado (George Sauma), e a recorrência a lugares-comuns para algumas gags, a exemplo da sequência em que a encarnação de uma alma feminina por um homem descamba para os trejeitos estereotipados de um gay.

Quanto à direção, pode-se dizer que Cris D'Amato já esteve em situações melhores. Se o suspense "Sem Controle" (2007) apontava um futuro promissor e o trabalho em conjunto com Daniel Filho na releitura "Século XXI" de "Confissões de Adolescente" (2014) se apresentou interessante e dinâmico, ela fez o básico em "S.O.S. Mulheres ao Mar" (2014), uma das maiores bilheterias do ano passado, e agora em "Linda de Morrer" (2015).

A diferença é que, em seu longa anterior, a diretora conseguiu utilizar bem o transatlântico como cenário, tanto quanto as paisagens italianas que contavam ao seu favor; enquanto, no mais recente, a cenografia que se assemelha a de alguns programas de TV pesa negativamente.

Contudo, Cris usa o que tem de melhor em mãos: seu elenco, que apesar de alguns exageros, é carismático. Com uma personagem diferente do que está habituada, Susana Vieira dá o seu inconfundível toque pessoal, que funciona bem aqui. Mesmo que, em alguns momentos iniciais, possa estar no piloto automático, Glória faz sua protagonista engrenar no passar das cenas, aproveitando e muito a chance de atuar junto da filha Antonia.

© Reuters. Cena do filme "Linda de Morrer", com Glória Pires

E, mesmo que soe levemente piegas, é na relação entre mãe e filha, apresentada sem nenhuma figura paterna, nem ausente para justificar qualquer coisa, nas lições sobre as consequências da busca pela beleza a qualquer custo e na valorização feminina que o filme se diferencia de boa parte das comédias nacionais dos últimos anos.

(Por Nayara Reynaud, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

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