Por Stephen Kalin e Maha El Dahan
JIDÁ/DUBAI (Reuters) - Os Estados Unidos estão debatendo com a Arábia Saudita e outros aliados do Golfo Pérsico reações a um ataque a instalações petrolíferas sauditas que atribuem ao Irã, e que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, descreveu como um ato de guerra contra a Arábia Saudita.
O presidente dos EUA, Donald Trump, adotou um tom cauteloso na quarta-feira, dizendo haver várias opções que não uma guerra com o Irã, que nega envolvimento nos ataques de 14 de setembro que inicialmente reduziram a produção de petróleo saudita pela metade. Trump ordenou sanções mais duras a Teerã.
"Este é um ataque de uma escala que jamais vimos antes", disse Pompeo a repórteres antes de pousar em Jidá para conversar com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman.
"Os sauditas foram a nação que foi atacada. Foi em seu solo. Foi um ato de guerra diretamente contra eles".
A Arábia Saudita, que descreveu o ataque como um "teste da vontade global", exibiu na quarta-feira os destroços de 25 drones e mísseis iranianos que disse terem sido usados na ação como provas inquestionáveis da agressão iraniana.
Nesta quinta-feira, os Emirados Árabes Unidos acompanharam a Arábia Saudita, sua principal aliada árabe, ao anunciar que estão se unindo a uma coalizão global de segurança marítima que Washington vem tentando formar desde uma série de explosões em navios-tanque nas águas do Golfo Pérsico nos últimos meses -- pelas quais também se culpou Teerã.
O movimento houthi do Iêmen, que é aliado ao Irã e combate uma coalizão militar de liderança saudita, reivindicou a autoria do ataque a duas usinas petrolíferas sauditas, incluindo a maior instalação de processamento do mundo. Autoridades norte-americanas e sauditas refutaram a afirmação, dizendo que o ataque não partiu do sul.
Provas da responsabilidade iraniana, e indícios de que o ataque foi lançado do território iraniano, podem induzir uma reação de Riad e Washington, que quer conter a influência do Irã na região. Trump já disse que não quer guerra e que está em contato com países do Golfo Pérsico e da Europa.
Os preços do petróleo, que dispararam após o ataque, se estabilizaram depois que a Arábia Saudita prometeu retomar sua produção total até o final do mês.
(Reportagem adicional de Jeff Mason, em Los Angeles, Sudip Kar-Gupta em Paris, Michelle Martin em Berlim, Ahmed Tolba e Samar Hassan no Cairo)