Por David Brunnstrom e Megha Rajagopalan
PEQUIM (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, concordaram nesta quarta-feira sobre a necessidade de uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU para a Coreia do Norte, depois que o país isolado realizou um teste nuclear em 6 de janeiro, apesar dos parcos sinais de progresso concreto até agora.
As expectativas foram que Kerry, em uma visita de dois dias a Pequim, pressionasse a China, único país a dar apoio ao regime na Coreia do Norte, a trabalhar para impor maiores limitações a Pyongyang, após os norte-coreanos declararem a realização bem-sucedida de um teste com uma bomba de hidrogênio miniaturizada, embora os EUA tenham expressado dúvidas sobre a potência real do artefato.
A China tem insistido que já faz grandes esforços em prol da desnuclearização da península coreana, e Wang rejeitou qualquer "especulação sem embasamento" sobre a posição chinesa em relação à Coreia do Norte, depois de autoridades norte-americanas terem comentado que a China poderia fazer mais sobre o assunto.
"Concordamos que o Conselho de Segurança da ONU precisa tomar medidas adicionais e aprovar uma nova resolução", disse Wang a jornalistas em uma coletiva de imprensa conjunta com Kerry.
"Nesse ínterim, devemos destacar que uma nova resolução não deve provocar novas tensões", acrescentou o chanceler chinês.
Kerry disse que os dois lados concordaram com um "esforço acelerado" no âmbito da ONU, de modo a alcançar uma "resolução firme, que introduza novas e significativas medidas" de contenção à capacidade da Coreia do Norte avançar em seus programas balístico e nuclear.
"Não é suficiente concordar com o objetivo, acreditamos que precisamos concordar sobre os passos significativos necessários para chegar ao cumprimento desse objetivo", disse Kerry.
O Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 países-membros, disse na época do teste da Coreia do Norte que começaria a trabalhar numa série de medidas de resposta, uma ameaça que diplomatas disseram que pode resultar numa expansão de sanções.
(Reportagem adicional de Sui-Lee Wee em Cingapore; Texto de Michael Martina em Pequim)