Por Tom Perry e Patricia Zengerle
BEIRUTE/WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, e grupos rebeldes aceitaram um plano para uma interrupção das hostilidades a partir de sábado, e os Estados Unidos alertaram que vai ser difícil manter a integridade do país se os combates não pararem.
Com relatos de hostilidades em diversas frentes, rebeldes apoiados pela Arábia Saudita expressaram dúvidas sobre a proposta, que exclui os ataques do Exército sírio e dos seus aliados russos contra os grupos extremistas Estado Islâmico e Frente Nusra, ligada à Al Qaeda.
Os rebeldes apoiados pelos sauditas afirmaram que os russos intensificaram os ataques aéreos desde que o plano foi anunciado na segunda-feira.
O governo em Damasco, por sua vez, deixou claro que a contínua ajuda estrangeira aos rebeldes poderia arruinar o acordo.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry afirmou que os Estados Unidos logo saberiam se o plano vingaria ou não. “A prova estará nas ações que ocorrerem nos próximos dias”, afirmou ele ao Comitê de Relações Exteriores do Senado em Washington.
Se uma transição política para um novo governo não ocorrer na Síria, há algumas opções de “plano B”, disse Kerry, em referência a propostas indefinidas de emergência, que, acredita-se, incluem ação militar.
O próximo mês ou os próximos dois meses mostrariam se esse processo de transição é sério, e Assad teria que tomar “algumas decisões de fato sobre a formação de um processo de administração transitória real. Se isso não ocorrer, há certamente opções de plano B sendo consideradas”, declarou Kerry.
"Pode ser tarde demais para manter isso como uma Síria integral se nós esperarmos muito mais”, afirmou ele.
A França disse que os líderes dos EUA, França, Reino Unido e Alemanha esperavam que o acordo pudesse entrar em vigor logo.
O plano é resultado de uma diplomacia intensa para terminar com a guerra de cinco anos, que já matou 250 mil pessoas e forçou milhões a deixarem as suas casas, ajudando a criar a crise de refugiados na Europa.
No entanto, rebeldes dizem que a exclusão do Estado Islâmico e da Frente Nusra vai dar ao governo um pretexto para continuar os atacando, porque os combatentes estão espalhados em áreas controladas pela oposição.