Por Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - Washington informou nesta quarta-feira que irá impor novas sanções sobre a Rússia após determinar que Moscou usou agente nervoso contra um ex-agente russo e sua filha no Reino Unido.
Uma autoridade sênior do Departamento de Estado disse que o órgão notificou o Kremlin sobre as sanções mais cedo nesta quarta-feira.
Sergei Skripal, um ex-coronel do serviço de inteligência militar russo GRU, e sua filha de 33 anos, Yulia, foram encontrados inconscientes em março na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, após uma forma líquida do tipo de agente nervoso Novichok ser aplicada à porta da frente da casa da família.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, disse que havia sido determinado que a Rússia “usou armas químicas ou biológicas em violação à lei internacional, ou usou armas letais químicas ou biológicas contra seus próprios cidadãos”.
As sanções irão envolver bens da segurança nacional, disse uma autoridade sênior do Departamento de Estado em teleconferência.
Haverá, no entanto, exceções para atividades de voo espacial e áreas envolvendo segurança de aviação comercial de passageiros, que serão permitidas com base em casos individuais, acrescentou a fonte.
A autoridade disse que uma segunda leva de sanções “mais draconianas” será imposta após 90 dias, a não ser que a Rússia dê “garantias confiáveis” de que não irá mais usar armas químicas e que irá permitir inspeções da Organização das Nações Unidas em instalações.
“Se estes critérios não forem cumpridos – cabe à Rússia tomar esta decisão – uma segunda rodada de sanções... será imposta”, disse a autoridade. “Elas são em geral mais draconianas do que as da primeira rodada”.
O Reino Unido elogiou nesta quarta-feira a decisão de Washington.
“A forte resposta internacional ao uso de uma arma química nas ruas de Salisbury envia uma mensagem inequívoca à Rússia de que este comportamento provocativo e imprudente não irá passar em branco”, disse um porta-voz do governo britânico.