Por Mark Hosenball e Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Estado norte-americano pode recomendar dentro de alguns dias que Cuba seja retirada de uma lista de países acusados de patrocinar o terrorismo, declarou uma autoridade dos EUA nesta terça-feira, uma medida de impacto para a reaproximação das duas nações na véspera da Cúpula das Américas.
O presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou a análise depois de anunciar a retomada dos laços diplomáticos com Havana no dia 17 de dezembro, e prometeu agir com rapidez assim que receber a recomendação do Departamento de Estado.
Na quarta-feira Obama parte para a Jamaica e de lá para o Panamá, onde irá participar da cúpula regional entre 10 e 11 de abril e se encontrar com o presidente cubano, Raúl Castro.
Um funcionário norte-americano familiarizado com a questão afirmou que o Departamento de Estado pode encaminhar suas conclusões a Obama dentro de um dia ou dois, pedindo que a ilha comunista seja retirada da lista.
Mais cedo, Ben Rhodes, vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, disse que a análise está quase finalizada, mas que não pode prever o cronograma.
"Nossa expectativa é que esteja nos estágios finais. Mas não controlamos o cronograma, e sim o Departamento de Estado", afirmou aos repórteres em uma teleconferência na manhã desta terça-feira.
A manutenção de Cuba na lista negra dos EUA é um ponto de grande destaque nos esforços para restaurar as relações e reabrir embaixadas.
A autoridade disse que Washington e Havana estão perto de resolver um grande obstáculo para a conclusão da análise: uma exigência norte-americana de garantias por escrito de que Cuba não irá oferecer apoio ao terrorismo no futuro. Cuba fez uma exigência recíproca aos Estados Unidos.
Retirar Cuba da lista aliviaria algumas sanções econômicas à ilha, mas o embargo, que é mais abrangente e só pode ser anulado pelo Congresso, permaneceria em vigor.
Indagado se a análise está quase terminada, outro funcionário disse à Reuters que nenhuma recomendação foi enviada à Casa Branca e que o estudo está "em andamento".
A remoção da lista aumentaria as esperanças que Obama tem de aproveitar a Cúpula das Américas para propagandear sua abertura a Cuba, o que pode melhorar as relações dos EUA em toda a região.
"Assim que receber uma recomendação, estarei em posição de agir de acordo com ela", afirmou Obama em entrevista à Rádio Pública Nacional.
A aprovação presidencial não teria vigência antes de uma análise congressional de 45 dias, mas os legisladores não teriam poder para bloquear a medida.