Por Michelle Nichols
NOVA YORK (Reuters) - O governo do presidente Joe Biden manteve nesta quarta-feira a tradição dos Estados Unidos de votar contra uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que pede o fim do embargo econômico norte-americano contra Cuba.
A resolução foi aprovada pela 29ª vez com 184 votos a favor, três abstenções e dois votos contrários --EUA e Israel. A votação na Organização das Nações Unidas (ONU) pode ter peso político, mas só o Congresso dos EUA pode anular o embargo de mais de 50 anos.
Os EUA votaram constantemente contra as resoluções da ONU durante 24 anos, mas se abstiveram pela primeira vez em 2016 no governo do então presidente Barack Obama, quando Washington e Havana forjaram um relacionamento mais estreito.
Washington voltou a se opor à resolução na gestão do presidente Donald Trump, que também reverteu quase todas as medidas que Obama havia adotado para amenizar o embargo e melhorar os laços entre os EUA e seu ex-inimigo da Guerra Fria.
Durante sua campanha, Biden prometeu reverter algumas das medidas de Trump em relação a Cuba que "infligem dano ao povo cubano e não fazem nada para impulsionar a democracia e os direitos humanos". Mas ainda não cumpriu tal promessa, e seu governo diz que uma mudança na política para a ilha não está entre suas prioridades.
Antes da votação, o diplomata norte-americano Rodney Hunter disse à Assembleia Geral da ONU que sanções são um conjunto de ferramentas do esforço mais amplo de Washington no que diz respeito a Cuba para impulsionar a democracia, promover o respeito pelos direitos humanos e ajudar o povo cubano a exercitar liberdades fundamentais.
(Reportagem adicional de Nelson Acosta e Sarah March)