Por Daniel Ramos e Miguel Lo Bianco
VILLAZÓN, Bolívia (Reuters) - O ex-presidente da Bolívia Evo Morales atravessou a fronteira de volta para o país nesta segunda-feira, encerrando período de um ano de exílio na Argentina, depois que um aliado próximo e membro de seu partido socialista MAS tomou posse como presidente no fim de semana.
Morales, que governou a Bolívia por 14 anos como primeiro presidente indígena da Bolívia, retornou ao território boliviano após uma cerimônia de despedida que contou com a presença do presidente da Argentina, Alberto Fernández.
O ex-presidente, que deixara a Bolívia em novembro de 2019 em meio a distúrbios depois que observadores internacionais apontaram irregularidades na eleição em que ele havia conquistado o quarto mandato consecutivo, expressou sua felicidade por voltar para casa.
"Hoje é um dia importante na minha vida, voltar à minha pátria que tanto amo me enche de alegria", disse Morales em sua conta no Twitter.
O novo presidente da Bolívia, Luis Arce, disse que Morales não terá qualquer papel em seu governo.
Arce, de 57 anos, ganhou as eleições de outubro após 11 meses de um governo interino e tomou posse no domingo, em cerimônia na capital La Paz que contou com a presença de chefes de Estado de países como Argentina, Paraguai, Colômbia e Espanha, assim como autoridades de Chile, Irã e do governo de Nicolás Maduro, da Venezuela.
Morales atravessou a fronteira Argentina-Bolívia às 11h desta segunda e espera-se que vá para Chapare, seu bastião político no interior do país.
Cerca de 2.000 pessoas, incluindo membros de grupos sociais e políticos da Argentina, se reuniriam no local de travessia da fronteira em La Quiaca nesta manhã para a despedida de Morales. Muitos levaram bandeiras indígenas argentinas e tocaram músicas tradicionais.
Do lado boliviano da fronteira, em Vilazón, uma multidão ainda maior esperava para receber o ex-presidente.