LONDRES (Reuters) - O ex-diretor-executivo da Federação Internacional de Vela (Isaf) disse que seus esforços para mudar o local das competições olímpicas da modalidade da poluída Baía da Guanabara para Búzios fez com que ele fosse retirado do organismo em uma votação.
Peter Sowrey, que deixou o cargo em dezembro, declarou à agência de notícias Associated Press (AP) que foi instruído a "fechar a boca" sobre o assunto, e que a entidade o achou "agressivo demais".
As autoridades do Rio se comprometeram a reduzir o despejo de esgoto na notoriamente poluída baía em 80 por cento, mas no ano passado confirmaram que a meta não será alcançada, embora insistam que "a área de competição estará pronta".
A promessa de limpeza da baía foi um item fundamental da campanha carioca para conquistar a sede da Olimpíada, mas em 2014 biólogos disseram que rios que deságuam na baía contêm uma superbactéria resistente a antibióticos que pode causar infecções urinárias, gastrointestinais e pulmonares.
Sowrey afirmou à AP que tentou levar adiante um plano para que as provas de vela fossem para Búzios, mas que "não teve como vencer essa batalha" – nem internamente com a Isaf nem com os organizadores dos Jogos.
A Isaf informou nesta quarta-feira ter ficado surpresa com os comentários de Sowrey, dizendo que várias associações do balneário fluminense oferecem o local como alternativa em julho de 2015, mas que a entidade, aconselhada por Sowrey, respondeu na ocasião explicando não haver planos de se cogitar outros locais.
"A Isaf continua a trabalhar em parceria com o Comitê Organizador Rio 2016 e com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que o local seja adequado para a realização de uma competição olímpica notável de vela", disse a entidade em comunicado enviado à Reuters.