Por Letitia Stein
ST. PETERSBURG, Flórida (Reuters) - O ex-lutador Hulk Hogan está pedindo a um júri da Flórida que puna o site Gawker por publicar um vídeo de sexo dele gravado secretamente, em um julgamento que começa nesta segunda-feira e colocará em debate a privacidade das celebridades.
Hogan, que também é um astro de reality show, disse que sua privacidade foi violada quando o Gawker postou um trecho de quase dois minutos que o mostra fazendo sexo com a ex-esposa de seu então melhor amigo, o locutor de rádio Bubba the Love Sponge.
Um artigo acompanha o vídeo e detalha o encontro consensual, que o Gawker classificou como "uma tremenda obra-prima", descrevendo o corpo nu do ex-campeão da World Wrestling Entertainment (WWE).
O Gawker argumenta que a publicação de 2012 está protegida pela Primeira Emenda da constituição norte-americana por se tratar de liberdade de expressão, e se defende dizendo que estava noticiando uma celebridade que já discutiu sua vida sexual publicamente.
Os jurados da cidade de St. Petersburg, na Flórida, onde o astro mora, irão analisar seu pedido de 100 milhões de dólares de indenização.
"É uma moção altamente arriscada, não só para o Gawker, que agora está na alça de mira, mas para todas as pessoas que exercitam os direitos garantidos pela Primeira Emenda", disse Seth Berlin, advogado que representa o Gawker, que irá pedir um veredicto contrário a Hogan.
Uma derrota pode tirar o Gawker do mercado, acrescentou.
Mas os advogados do ex-lutador dizem que ele tinha direito de esperar privacidade em um quarto particular, enfatizando que o vídeo foi gravado sem seu conhecimento por volta de 2006.
"Os membros do nosso júri parecem mais do que inclinados a levar em conta não somente a Primeira Emenda, mas igualmente a necessidade de limites quando se lida com uma invasão de privacidade significativa", afirmou David Houston, um dos representantes de Hogan, em um comunicado.
O ex-lutador de 62 anos usará seu nome legal, Terry Bollea, no julgamento, mas um juiz irá permitir que ele use sua famosa bandana no tribunal.