SANAA (Reuters) - O ex-presidente do Iêmen Abd-Rabbu Mansour Hadi deixou sua residência oficial após semanas de prisão domiciliar pela milícia Houthi neste sábado e voou para a sua cidade natal de Aden, disseram testemunhas e uma fonte política.
Não ficou imediatamente claro se ele foi liberado da prisão domiciliar pelos Houthis, que sitiaram sua casa e o palácio presidencial no mês passado, levando-o a renunciar, ou se ele fugiu.
As Nações Unidas, que supervisionaram um novo acordo de partilha de poder entre os Houthis e outras facções rivais do Iêmen na sexta-feira, ajudou o ex-presidente a viajar para Aden, disse uma fonte política à Reuters.
A residência de Hadi em Sanaa foi saqueada por milicianos Houthis depois que ele saiu, disseram testemunhas, mas o ex-presidente chegou à sua casa, no bairro de Khormaksar em Aden, disseram fontes à Reuters.
Na manhã deste sábado, milicianos Houthi abriram fogo contra manifestantes na cidade de Ibb, matando uma pessoa e ferindo outra, disseram ativistas.
A multidão se reuniu em uma praça para protestar contra a derrubada do governo pelos Houthis no mês passado.
Após os disparos, milhares de pessoas saíram às ruas em protesto. Testemunhas disseram que os Houthis mobilizaram mais forças de segurança como resposta.
Partidos rivais do Iêmen concordaram na sexta-feira sobre a criação de um conselho de transição para ajudar a governar o país com a ajuda de outras facções após a efetiva tomada de poder pelos Houthis.
Os países ocidentais temem que a agitação no Iêmen possa criar oportunidades para a Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP) realizar mais ataques contra alvos internacionais.
Na sexta-feira, um drone destruiu um carro que transportava supostos membros da AQAP na província de Shawbwa, um bastião do grupo militante nas montanhas do sul do Iêmen, matando pelo menos três pessoas, disseram moradores.
Os Estados Unidos reconheceram que realizam ataques com drones contra alvos militantes no Iêmen, mas não comentam sobre ataques específicos. Os ataques, que às vezes matam civis, criaram revolta no país.
Hadi era visto como um defensor do uso de ataques com drones contra a AQAP.
(Por Mohammed Ghobari em Sanaa e Mohammed Mukhashaf em Aden)