Por Karen Freifeld e Nathan Layne
(Reuters) - Paul Manafort mentiu para "um banco atrás do outro" para obter empréstimos e falsificou sua declaração de imposto de renda, disse um procurador nesta quarta-feira, quando o julgamento do ex-gerente de campanha do presidente norte-americano, Donald Trump, por fraudes financeiras se aproximou do fim.
O procurador disse ainda que Manaford tinha "uma enorme caçamba de dinheiro escondida" no exterior, pedindo ao júri que o condene baseado mais em provas de papel do que testemunho de um ex-protegido.
O julgamento em Alexandria, na Virgínia, é o primeiro resultante da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016. As acusações envolvem fraude tributária e bancária, e não um possível conluio entre Moscou e a campanha eleitoral de Trump.
Uma condenação de Manafort poderia minar os esforços de Trump e de alguns parlamentares republicanos para pintar o inquérito de Mueller como uma caça às bruxas política, e uma absolvição seria um revés para o procurador especial.
Procuradores disseram que Manafort, de 69 anos, tentou enganar banqueiros com declarações financeiras adulteradas em 2015 e 2016 para emprestar oferecendo imóveis como garantia.
O secretário de Justiça assistente especial Greg Andres disse que o operador político republicano veterano deixou de pagar impostos sobre mais de 15 milhões de dólares que lucrou como consultor político na Ucrânia deliberadamente.
"O senhor Manafort mentiu para manter mais dinheiro quando o tinha, e mentiu para conseguir mais dinheiro quando não o tinha", disse Andres em sua argumentação final.
Segundo ele, Manafort "mente em suas declarações de imposto de renda e mente para um banco atrás do outro".
Os advogados de defesa decidiram não convocar nenhuma testemunha no julgamento, e o próprio Manafort não deporá para se defender.
Manafort ganhou milhões de dólares trabalhando para políticos ucranianos pró-Rússia antes de receber um cargo não remunerado na campanha de Trump. Ele fez parte da equipe de campanha durante cinco meses e a comandava em meados de 2016, quando Trump foi escolhido como o candidato republicano para a eleição presidencial.
Manafort também foi acusado de não revelar contas bancárias no exterior. Se considerado culpado de todas as acusações, ele pode receber uma pena de 8 a 10 anos de prisão, de acordo com o especialista em sentenças Justin Paperny.
(Reportagem adicional de Amanda Becker)