BUENOS AIRES (Reuters) - Amado Boudou, ex-ministro da Economia e vice-presidente da Argentina no governo de Cristina Kirchner, foi considerado culpado e condenado nesta terça-feira a cinco anos e 10 meses de prisão por corrupção.
O 4º Tribunal Federal, em Buenos Aires, decidiu que um acordo que Boudou tinha feito com uma empresa de impressão de dinheiro falida era "incompatível com o cargo público". Boudou se declarou inocente das acusações de que ele ajudou a empresa a sair da falência em troca de uma participação acionária em 2010, quando era ministro da Economia.
Boudou tornou-se a autoridade mais graduada no governo de Cristina a receber uma sentença de prisão, mas vários ex-funcionários estão enfrentando acusações de corrupção.
O avanço nos processos judiciais contra ex-autoridades desde que o presidente Mauricio Macri assumiu em dezembro de 2015 foi anunciado como um marco para um país há muito tempo conhecido pela impunidade, mas Cristina Kirchner e seus aliados alegam que os casos são perseguição política.
Cristina foi acusada de corrupção, mas goza de imunidade à prisão como senadora. Ela admitiu possível corrupção em seu governo, mas nega ter cometido erros.
Antes de a sentença ser lida, Boudou disse que o caso era "uma questão de vingança" contra integrantes do governo de centro-esquerda de Cristina.