MOSUL/ERBIL, Iraq (Reuters) - O Estado Islâmico prometeu "lutar até a morte" em Mosul, neste sábado, ao mesmo tempo em que comandantes militares do Iraque afirmam que podem retirar totalmente a cidade das mãos dos rebeldes a qualquer momento.
Dúzias de soldados iraquianos comemoraram entre os destroços às margens do rio Tigris, sem esperar uma declaração formal de vitória, alguns dançando ao som da música que tocava em um caminhão e atirando metralhadoras para o ar, afirmou um correspondente da Reuters.
O clima estava menos festivo, no entanto, entre os aproximadamente um milhão de habitantes de Mosul deslocados por meses de combates, muitos dos quais estão vivendo em acampamentos no lado de fora da cidade, com pouca proteção do calor do verão.
"Se não houver reconstruções, e as pessoas não voltarem para suas casas e recuperarem seus pertences, qual o significado da libertação?", disse à Reuters Mohammed Haji Ahmed, 43 anos, um vendedor de roupas, no acampamento de Hassan Sham, ao leste de Mosul.
No começo do sábado, um porta-voz militar disse que as linhas de defesas dos insurgentes haviam colapsado, segundo uma emissora de televisão estatal.
"Estamos nos últimos metros e a vitória final será anunciada", disse uma apresentadora, citando correspondentes entre as forças de segurança lutando contra o reduto do Estado Islâmico na Cidade Velha, próximo ao Tigris.
"É uma questão de horas", acrescentou ela.
Mas a agência de notícias do Estado Islâmico, Amaq, reportou "batalhas ferozes" no distrito de Maydan e disse que os soldados estavam "mantendo suas posições".
"Os soldados do Estado Islâmico estão coletivamente prometendo (lutar até a) morte em Maydan", disse a Amaq, em outra publicação on-line.
Explosões de artilharia e tiros ainda eram ouvidos durante a tarde de sábado e uma coluna de fumaça sobrevoou a margem do rio na Cidade Velha, disse o correspondente da Reuters.
Uma coalizão liderada pelos Estados Unidos está fornecendo apoio aéreo e terrestre na campanha de oito meses para recuperar Mosul, de longe a maior cidade tomada pelo Estado Islâmico, em 2014.
Há quase três anos, o líder do grupo extremista Abu Bakr al-Baghdadi declarou, de Mosul, um "califado", juntando partes do Iraque e da Síria.
(Por Stephen Kalin e Maher Chmaytelli)