Por Alexandra Ulmer e Javier Farias
CARACAS/SAN CRISTÓBAL (Reuters) - Pelo menos uma dezena de manifestantes presos na Venezuela permanecem na cadeia nesta segunda-feira, e pessoas mascaradas queimaram um ônibus durante a noite, em meio a distúrbios por conta das longas filas para comprar produtos básicos, disseram ativistas.
A polícia deteve dezesseis pessoas que protestavam em frente a mercados durante o fim de semana, de acordo com a oposição, que também disse que quatro delas foram libertadas logo depois.
O grupo Fórum Penal afirmou que 18 pessoas ainda estavam presas na segunda. O governo não confirmou a informação.
A Venezuela está sofrendo com a falta de produtos básicos, crise que se agravou neste ano por conta de um problema nas entregas durante o Natal. O desabastecimento tem obrigado consumidores a fazer fila na porta dos mercados antes do amanhecer.
A oposição também acusa os soldados posicionados do lado de fora dos mercados a proibir que se tire fotos das filas, que às vezes dão a volta no quarteirão.
"Não somente o governo está forçando as pessoas a filas humilhantes, como ele quer filas em estilo cubano, silenciosas e amedrontadas", disse Jesus Torrealba, líder de um movimento de oposição.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cuja a popularidade tem caído, diz que agitadores de direita e a elite do país estão tentando derrubá-lo via uma "guerra econômica".
(Reportagem adicional de Corina Pons e Diego Oré)