Por Joseph Menn e Mark Hosenball
(Reuters) - O FBI interrogou vários funcionários norte-americanos da empresa de segurança cibernética Kaspersky Lab, que tem sede em Moscou, nesta semana, como parte de uma investigação em andamento da polícia federal dos Estados Unidos sobre as operações da companhia, de acordo com duas fontes a par do assunto.
Agentes do FBI estiveram nas casas de funcionários da Kaspersky no final da terça-feira em várias cidades dos EUA, embora nenhum mandado de busca tenha sido emitido, segundo as fontes, que falaram sob condição de anonimato por não estarem autorizadas a discutir o inquérito.
A notícia surgiu depois que autoridades de inteligência norte-americanas de primeiro escalão revelaram no mês passado, em depoimentos ao Comitê de Inteligência do Senado, que estão revisando o uso pelo governo de software da Kaspersky Lab. Parlamentares expressaram o temor de que Moscou possa usar os produtos da empresa para atacar redes de computadores dos EUA.
Em reação, Eugene Kaspersky, fundador e diretor-executivo da empresa, disse durante uma sessão de perguntas no site Reddit que está disposto a depor ao comitê do Senado para dissipar qualquer preocupação a respeito dos produtos de sua marca.
Em um comunicado enviado por email nesta quarta-feira, a Kaspersky Lab confirmou que agentes do FBI tiveram "contatos breves" com alguns de seus empregados norte-americanos, conversas que a companhia descreveu como diligência prévia.
O FBI não respondeu de imediato a pedidos de comentário. O canal NBC News, o primeiro a noticiar as "breves interações" com os funcionários dos EUA nesta quarta-feira, disse que ao menos uma dúzia de funcionários nas costas Leste e Oeste do país recebeu visitas.
Não ficou claro se a análise sobre a Kaspersky Lab tem relação com uma investigação do FBI sobre uma possível interferência russa e um possível conluio durante a campanha presidencial norte-americana de 2016.
O software antivírus da Kaspersky é popular nos Estados Unidos e em todo o mundo, embora funcionários do governo dos EUA suspeitem há muito tempo que a empresa pode ter vínculos com agências de inteligência russas.
Kaspersky disse repetidamente que não tem vínculos com nenhum governo e que são infundadas as alegações sobre seus produtos serem usados para apoiar a espionagem russa.