Por Alain Acco e Tangi Salaün
PARIS (Reuters) - A França libertou nesta quarta-feira um cidadão saudita preso em um aeroporto de Paris por suspeitas de ligações com o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, depois que autoridades concluíram que se tratava de um caso de identidade errada.
Fontes policiais francesas identificaram o homem detido como Khaled Aedh Al-Otaibi, o mesmo nome de um ex-membro da Guarda Real Saudita listado em documentos de sanções dos Estados Unidos e do Reino Unido e em relatório encomendado pela ONU como tendo envolvimento no assassinato de Khashoggi na Turquia.
A embaixada saudita em Paris afirmou na noite de terça-feira que a pessoa presa "não tem nada a ver com o caso em questão".
Os promotores disseram que, de acordo com checagens, um mandado de prisão emitido pela Turquia não se aplica ao homem. Anteriormente, uma fonte policial declarou que ele havia sido detido quando uma leitura de seu passaporte disparou um alerta.
"Amplas verificações da identidade dessa pessoa mostraram que o mandado não se aplicava a ela ... ela foi libertada", informou o comunicado da promotoria.
O saudita estava visitando a Paris com um amigo e tinha um visto válido para a França, disse uma fonte familiarizada com o assunto após a libertação do homem. Ele tem o mesmo nome e sobrenome de al-Otaibi, mas não o mesmo nome patronímico. Nem seu número de passaporte correspondia ao número de passaporte do suspeito procurado, acrescentou a fonte.
Khashoggi, jornalista do Washington Post e crítico do governante de fato da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, foi visto pela última vez entrando no Consulado Saudita em Istambul em 2 de outubro de 2018. Autoridades turcas acreditam que seu corpo foi esquartejado e removido de lá. Seus restos mortais não foram encontrados.