Por Marine Pennetier e John Irish
PARIS (Reuters) - A França pode aumentar sua presença militar para ajudar uma coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate o Estado Islâmico na Síria, e alertou que um avanço da Turquia em uma cidade controlada por milícias apoiadas por curdos seria "inaceitável", disse uma fonte presidencial nesta sexta-feira.
O presidente francês, Emmanuel Macron, foi criticado em casa por sua resposta a uma operação turca contra a milícia YPG, com opositores dizendo que ele abandonou os curdos.
A YPG compõe uma grande parcela das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), que estão na linha de frente da estratégia da coalizão para derrotar os militantes radicais.
Depois da reunião de Macron com uma delegação da SDF, que incluiu a YPG, seu braço político PYD e autoridades cristãs e árabes na quinta-feira, uma autoridade curda de alto escalão disse que Macron prometeu enviar mais tropas à área como parte dos esforços da coalizão, providenciar assistência humanitária e "mediar" entre os curdos e Ancara.
Isso provocou uma reação furiosa da Turquia, aliada do país na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que considera a YPG uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em turco), que mantém uma insurgência contra o Estado turco há décadas.
Falando aos repórteres para esclarecer os comentários, uma fonte presidencial disse que Paris percebeu um ressurgimento do Estado Islâmico no nordeste sírio e que persistirá em sua luta contra o grupo com a SDF.
"A França não prevê nenhuma operação militar terrestre nova no norte da Síria fora da coalizão internacional", afirmou a fonte. "(Mas) se o presidente sentir que, para conquistar nossos objetivos contra o Estado Islâmico, precisarmos de um tempo para reforçar nossa intervenção militar, deveríamos fazê-lo, mas será dentro do formato existente", relatou a fonte, sem dar detalhes.