PARIS (Reuters) - A França lembrará nesta semana com diversas solenidades o aniversário dos ataques de militantes islâmicos contra o semanário satírico Charlie Hebdo e um mercado judaico em Paris, que deram início a um 2015 de violência sem precedentes na capital francesa.
Cerimônias austeras estão marcadas para ocorrer, sob forte aparato de segurança, para lembrar os ataques contra o jornal e um supermercado kosher, nos quais três homens armados mataram 17 pessoas, em um precursor dos atentados a bomba e tiros realizados 10 meses depois, em que 130 pessoas morreram.
O Charlie Hebdo, famoso por suas capas satíricas ridicularizando o Islã, outras religiões e políticos, perdeu grande parte de sua cúpula editorial nos ataques de 7 de janeiro, quando militantes islâmicos abriram fogo contra os jornalistas dentro da redação.
Os três homens armados foram depois mortos a tiros por policiais em meio a três dias de perseguições violentas, que terminaram com a morte de quatro pessoas feitas reféns em um mercado judaico.
Numa segunda onda de ataques mortais, em 13 de novembro, militantes islâmicos massacraram pessoas em cafés e numa casa de concertos de Paris, atacando também um estádio na pior tragédia infligida à França desde o pós-guerra.
Com o país em alerta alto desde então e em meio à temporada de comemorações pelo ano novo, soldados estão mobilizados para proteger prédios oficiais e locais religiosos durante o aniversário dos ataques ao "Charlie".
Em 10 de janeiro, outra cerimônia de cunho mais público será realizada na Place de la Republique, a praça no leste de Paris na qual se formaram imensas manifestações de apoio à liberdade de expressão e aos valores democráticos após os ataques, tornando-se assim um memorial informal.
O presidente francês, François Hollande, vai comandar a cerimônia, durante a qual um carvalho de 10 metros de altura será plantado, disse um representante do governo.
(Reportagem de Michel Rose e Simon Carraud)