Por Anna Driver
HOLDEN BEACH, Estados Unidos (Reuters) - O Estado norte-americano da Carolina do Sul ordenou nesta segunda-feira que uma estimativa de um milhão de pessoas deixassem sua costa, conforme o Estado e a vizinha Carolina do Norte se preparam para um golpe do furacão Florence, a tempestade mais poderosa a mirar solo norte-americano neste ano.
A tempestade possuía ventos de 220 quilômetros por hora e deve ganhar força antes de atingir o solo, que o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) informou que irá acontecer provavelmente no início de quinta-feira nas Carolinas, levando fortes chuvas que podem causar grandes enchentes na região.
“Nós não queremos arriscar uma vida da Carolina do Sul neste furacão”, disse o governador Henry McMaster em entrevista coletiva.
Ele estimou que cerca de um milhão de pessoas deixariam a costa.
Na Carolina do Norte, autoridades já haviam ordenado que cerca de 250 mil moradores e visitantes começassem a deixar as ilhas Outer Banks.
“Nós estamos no centro do alvo”, disse o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, em entrevista coletiva. “Este será um evento em todo o Estado”.
Os EUA foram atingidos por uma série de poderosos furacões no ano passado, incluindo o furacão Maria, que matou cerca de 3 mil pessoas em Porto Rico, e o furacão Harvey, que matou 68 e causou danos estimados em 1,25 bilhão de dólares com enchentes catastróficas em Huston.
Na tarde desta segunda-feira, o Florence estava a cerca de 1.800 quilômetros a leste-sudeste do Cabo Fear, Carolina do Norte, e era de Categoria 4, a segunda mais forte na escala Saffir-Simpson, segundo o NHC.
O presidente dos EUA, Donald Trump, cujo governo enfrentou fortes críticas por uma resposta lenta em Porto Rico ao furacão Maria, cancelou um comício político planejado para sexta-feira em Jackson, Mississippi, por preocupações de segurança relacionadas ao Florence.
Cooper disse que pediu para Trump declarar estado de emergência federal para a Carolina do Norte.
O Florence pode provocar uma maré de tempestade costeira ameaçadora à vida e enchentes tão longe quanto a Virgínia, informou o NHC.
Historicamente, 90 por cento de mortes em furacões, tempestades tropicais e depressões tropicais são causadas por água, disse o porta-voz do NHC Dennis Feltgen. Cerca de 27 por cento das mortes ocorreram por enchentes provocadas por chuvas, às vezes a centenas de quilômetros da costa.
“NÃO PODEMOS BRINCAR COM ISTO”
Em Holden Beach, na Carolina do Norte, no caminho da tempestade, moradores foram vistos colocando pedaços de madeira em suas casas e protegendo propriedades.
“É assustador para todos nós. Nós sabemos que não podemos brincar com isto”, disse Jennifer Oosterwyk, dona de uma boutique em Holden Beach e moradora de Wilmington.
Oosterwyk juntava documentos fiscais e outros papéis importantes de sua loja nesta segunda-feira e disse que planejava viajar 240 quilômetros para o interior para fugir da tempestade.
As forças militares dos EUA informaram o envio de uma equipe avançada à Raleigh, Carolina do Norte, para coordenar com parceiros federais e estaduais. Segundo as forças militares, 750 militares serão designados para funções de apoio.
A Marinha dos EUA informou que irá retirar quase 30 navios da região costeira da Virgínia para evitar danos.
(Reportagem adicional de Roberta Rampton e Idrees Ali,em Washington; Gene Cherry, em Raleig; Rich McKay, em Atlanta)