Por Praveen Paramasivam e Kate Abnett
CHENNAI, Índia/BRUXELAS (Reuters) - Representantes do G20 não conseguiram chegar a um consenso sobre a redução de emissões e metas de mitigação em conversações sobre o clima, disse uma autoridade indiana no último dia das discussões nesta sexta-feira.
Os países desenvolvidos do grupo exigiram a mitigação das emissões de gases do efeito estufa até 2025 e uma redução das emissões absolutas em 43% até 2030, tudo em uma tentativa de conter o aquecimento global e evitar ondas de calor ainda piores, incêndios florestais e inundações.
Ambas as demandas foram contestadas por países em desenvolvimento, disse a autoridade, que não quis ser identificada.
Os países em desenvolvimento disseram que as metas gerais de mitigação -- destinadas a cortar ou eliminar as emissões de gases do efeito estufa, ou removê-las da atmosfera -- limitariam sua capacidade de desenvolver infraestrutura e crescer, disse a autoridade.
Eles querem que o bloco cumpra o Acordo de Paris de 2015, que permite que diferentes países enfrentem o aquecimento global de maneiras diferentes, dependendo de suas circunstâncias, acrescentou.
A China e a Arábia Saudita desistiram de assumir compromissos nas discussões do G20, disseram membros de uma delegação europeia.
O comissário para o Meio Ambiente da União Europeia criticou o resultado da reunião de três dias na cidade indiana de Chennai, que, segundo ele, mostrou que os países do G20 não têm cumprido seus compromissos de enfrentar as mudanças climáticas.
Falando no final da reunião, Virginijus Sinkevicius disse que algumas delegações tentaram retroceder nas promessas climáticas anteriores -- uma postura que ele disse que a Europa não pode aceitar.
"Fomos solicitados a fazer escolhas ousadas, a demonstrar coragem, comprometimento e liderança. Mas nós, coletivamente, falhamos em conseguir isso. Não podemos ser movidos pelo menor denominador comum ou por interesses nacionais estreitos. Não podemos permitir o ritmo de mudança ser definido pelos movimentos mais lentos na sala", disse ele.
O fracasso em chegar a um acordo ocorre apenas uma semana após o desacordo das principais economias do G20 sobre a redução gradual dos combustíveis fósseis, após objeções de alguns países produtores.