NIAMEY (Reuters) - O chefe da guarda presidencial do Níger, general Abdourahamane Tiani, apareceu na televisão estatal nesta sexta-feira para defender o golpe de Estado desta semana, repetindo que os soldados agiram para proteger a segurança nacional.
A guarda deteve o presidente Mohamed Bazoum no palácio presidencial na quarta-feira. Mais tarde, um grupo de oficiais apareceu na televisão estatal para dizer que havia destituído Bazoum do poder.
A segurança continua sendo um problema no país desde que Bazoum foi eleito em 2021, à medida que jihadistas que se enraizaram no vizinho Mali em 2012 ganharam terreno, matando milhares e desalojando mais de seis milhões na região do Sahel, na África Ocidental.
O Níger é um aliado importante dos países ocidentais no combate às insurgências islâmicas na África Ocidental e várias tropas estrangeiras estão baseadas lá, inclusive da França e dos Estados Unidos.
Tiani reiterou que os soldados tomaram o poder devido ao agravamento da segurança. Ele também criticou a falta de "colaboração genuína" com os governos militares de Mali e Burkina Faso na luta contra as insurgências.
“A dura realidade da insegurança no Níger, vivida por nossas forças de defesa e populações trabalhadoras, com seu número de mortes, deslocamento, humilhação e frustração, nos lembra diariamente dessa dura realidade”, disse Tiani.
"Que sentido há na abordagem de segurança contra o terrorismo que exclui qualquer colaboração genuína com Burkina Faso e Mali, embora compartilhemos a zona de Liptako-Gourma, onde se concentram a maioria das atividades de grupos terroristas contra os quais lutamos", acrescentou.
O presidente da França, Emmanuel Macron, disse estar preparado para apoiar sanções contra os perpetradores do golpe "perigoso", depois que sua ministra das Relações Exteriores disse que a tomada do poder não parecia ser definitiva.
Aqueles que participaram do golpe disseram em uma transmissão nesta sexta-feira que qualquer intervenção militar estrangeira para restabelecer o poder de Bazoum resultará em "massacre... e caos".
Tiani disse que o Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, que agora preside o país, respeitará todos os compromissos assumidos com a comunidade internacional.
(Por Bate Felix e Anait Miridzhanian)