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Governo argentino diz que promotor morto foi enganado por ex-agente de inteligência

Publicado 21.01.2015, 21:19
© Reuters. Argentinos pedem justiça nas investigações da morte de promotor

Por Nicolás Misculin

BUENOS AIRES (Reuters) - O governo da Argentina disse nesta quarta-feira que o promotor que apareceu morto no domingo, após ter acusado a presidente Cristina Kirchner de acobertar os autores de um atentado antissemita, havia sido enganado por um ex-agente de inteligência enquanto preparava sua denúncia.

O promotor Alberto Nisman foi encontrado em seu apartamento com um tiro na cabeça, crime que os investigadores suspeitam ter sido um suicídio, um dia antes de apresentar a deputados sua denúncia e supostas provas contra a presidente e o chanceler argentino, Héctor Timerman.

"Não há uma só coisa que se sustente" na acusação de Nisman, disse o secretário-geral da presidente, Aníbal Fernández, a jornalistas nesta quarta-feira.

A longa denúncia, na qual o promotor trabalhou por meses, segundo uma fonte na promotoria de Nisman, foi publicada na terça-feira pela Justiça argentina através do Centro de Informação Judicial (www.cij.gov.ar).

De acordo com Fernández, o ex-agente Antonio Stiusso, demitido em uma recente reestruturação da agência de inteligência e que tratava cotidianamente com Nisman, forneceu informações equivocadas ao promotor de justiça para que elaborasse sua acusação contra o governo.

"Stiusso foi quem vendeu (a Nisman), entre aspas, essa relação que nunca existiu", disse Fernández, negando que duas das pessoas envolvidas na denúncia tenham mantido relações com a Secretaria de Inteligência, como afirmou o promotor ao sustentar o argumento que provaria a conexão da presidente em seu relatório.

O promotor morto, que tinha 51 anos, estava convencido de que o governo havia combinado com o Irã o acobertamento dos iranianos acusados pelo atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, quando 85 pessoas morreram em Buenos Aires.

O governo acredita que a denúncia de Nisman foi incentivada por agentes dispensados dos serviços de inteligência, que também podem estar implicados na morte do promotor. Alguns funcionários do governo sugeriram que o suicídio por ter sido instigado.

A promotora responsável pelo caso, Viviana Fein, disse não ter descartado nenhuma hipótese até o momento, enquanto perícias continuam a ser feitas para se descobrir a causa da morte de Nisman.

MUITOS PONTOS OBSCUROS

O caso comoveu a sociedade argentina, que em sua maioria não acredita em um simples suicídio, assim como toda a classe política, que lançou uma série de acusações diante da realização de eleições presidenciais em outubro.

Restam muitas dúvidas sobre a morte do promotor. As primeiras perícias não encontraram pólvora na mão de Nisman, fazendo com que até o momento não se possa confirmar o suicídio.

Ainda que as autoridades tenham garantido inicialmente que a porta de seu apartamento estava trancada com chave pelo lado de dentro, o chaveiro que abriu a porta disse que ela não estava trancada.

Nas últimas horas foi revelada a existência de uma terceira entrada no apartamento: uma passagem onde se encontram os equipamentos de ar-condicionado com ligação ao apartamento vizinho.

Um funcionário que trabalhou por anos na promotoria de Nisman e pediu para não ser identificado disse à Reuters que entre os membros da equipe do promotor morto "ninguém acredita na hipótese de suicídio", acrescentando que seus colaboradores acreditam que "possa ter sido um suicídio induzido".

© Reuters. Argentinos pedem justiça nas investigações da morte de promotor

Os investigadores determinaram que a arma de calibre 22 encontrada no domingo ao lado do corpo de Nisman não pertencia a ele, tendo sido levada no dia anterior por um homem que supostamente trabalhava na promotoria.

Mas o membro da equipe do promotor garantiu nunca ter visto essa pessoa, embora disse que seu nome estava na folha de pagamento da equipe de Nisman.

(Reportagem adicional de Eliana Raszewski)

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