CAIRO (Reuters) - O governo do Sudão do Sul chegou a um acordo final de paz e divisão de poder com o principal grupo rebelde do país neste domingo, disse o ministro das Relações Exteriores do vizinho Sudão, que ajudou a intermediar o acordo.
"Inicialmente, um acordo sobre questões pendentes foi assinado e este acordo expressa o compromisso de todas as partes com um cessar-fogo", disse o ministro das Relações Exteriores, Al-Dirdiri Mohamed, à televisão estatal do Sudão.
"Todos nós sabemos que alguns dos partidos políticos não estavam dispostos a assinar e agora estou feliz em confirmar a todos vocês que todos os partidos políticos no Sudão do Sul assinarão o acordo diante de vocês", acrescentou.
Na sexta-feira, o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, disse acreditar que o novo acordo de paz entre seu governo e o principal grupo rebelde não fracassaria, porque não foi imposto a eles como os acordos anteriores.
O Sudão do Sul tornou-se independente do Sudão em 2011, mas a guerra civil eclodiu dois anos depois entre o governo liderado por Kiir e um movimento rebelde liderado pelo ex-vice-presidente Riek Machar.
Impulsionado por rivalidades pessoais e étnicas, o conflito já matou dezenas de milhares de pessoas, deslocou um quarto da população de 12 milhões de habitantes do Sudão do Sul e arruinou a sua economia, que depende fortemente da produção de petróleo.
Acordos anteriores de paz foram mantidos por apenas alguns meses antes que os combates recomeçassem, o que Kiir atribuiu à influência estrangeira.
(Reportagem de Ali Abdelaty)