CARACAS (Reuters) - Líderes do governo e da oposição da Venezuela concordaram nesta segunda-feira em continuar diálogos apoiados pelo Vaticano após conversas iniciais para amenizar um impasse político crescente em meio à crise econômica.
Os dois lados, que durante anos têm realizado conversas gerando poucos resultados concretos, irão se encontrar novamente em 11 de novembro, de acordo com a coalizão de oposição Unidade Democrática.
"Estamos aqui para defender o povo venezuelano, defender o direito do povo em deixar esta crise através de meios pacíficos", disse a coalizão após o encontro, que se estendeu da noite de domingo até o início desta segunda-feira.
O encontro teve participação de um enviado do Vaticano, que ajudou a levar os dois lados à mesa, assim como três ex-chefes de Estado. Um enviado papal disse que o papa Francisco está seguindo de perto a situação e espera que o processo seja pacífico.
Adversários acusam o presidente Nicolás Maduro de criar uma ditadura ao bloquear um referendo revogatório sobre seu governo e de sobrepor ilegalmente o Legislativo, que passou a ser controlado pela oposição após uma eleição no ano passado.
A oposição insiste que o governo permita um referendo revogatório sobre o governo de Maduro, liberte dezenas de ativistas da oposição presos e respeite decisões do Congresso.
Maduro, que luta para controlar a escassez de bens e a alta dos preços, diz ser vítima de conspirações da oposição para derrubá-lo e de uma "guerra econômica" liderada por empresários com apoio de Washington.
(Reportagem de Brian Ellsworth)