ABU DHABI (Reuters) - Apoiado pela Arábia Saudita, o governo exilado do Iêmen disse neste sábado que recebeu bem um plano acordado entre os Estados Unidos, países do Golfo Pérsico e as Nações Unidas para reiniciar negociações de paz com o objetivo de formar um governo de unidade.
As negociações incentivadas pela ONU para dar fim a 18 meses de conflito no empobrecido país ao sul da Arábia Saudita fracassaram neste mês, e o movimento Houthi, aliado do governo do Irã, retomou seus ataques ao reino.
Em conversas em Jeddah nessa semana, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que o conflito, no qual a Arábia Saudita lançou milhares de ataques aéreos em apoio ao governo exilado, estava durando muito tempo e precisava terminar.
Neste sábado, uma nota do governo exilado transmitida pela agência de notícias Saba dizia: "O governo está preparado para lidar positivamente com qualquer solução pacífica..., inclusive recebendo ideias advindas do encontro em Jeddah que incluiu os secretários de Estado dos Estados Unidos, Reino Unido e de países do Golfo Pérsico".
Os Houthis ainda não responderam à proposta.
Kerry afirmou na quinta-feira que os Houthis devem cessar seus ataques contra o território saudita, desocupar a capital Sanaa, entregar suas armas e formar um governo de unidade com seus inimigos domésticos.
O governo do Iêmen que é reconhecido internacionalmente está baseado na Arábia Saudita, e fez exigências similares, mas insistiu que os Houthis cumpram todas essas medidas antes de que um novo governo seja formado. Kerry, no entanto, sugeriu que os dois sigam adiante paralelamente.
A guerra no Iêmen já matou mais de 6.500 pessoas e deslocou cerca de 3 milhões.
(Reportagem de Maha El Dahan)