LONDRES (Reuters) - A Grã-Bretanha dirá à União Europeia na terça-feira que progresso deve ser feito nas negociações comerciais nesta semana ou o governo intensificará os preparativos para deixar o bloco sem um acordo, já que o tempo final se aproxima.
O governo britânico se envolveu numa nova disputa com a UE na véspera da última rodada de negociações, após relato que os ministros deveriam publicar uma nova legislação que pode minar pontos do acordo de retirada do Brexit assinado em janeiro.
A Grã-Bretanha deixou a UE em 31 de janeiro, mas as negociações até agora avançaram pouco sobre um novo acordo comercial para quando um acordo de transição do status quo terminar em dezembro.
A última rodada de negociações em Londres já prometia ser difícil por causa de divergências sobre regras de auxílio estatal e direitos de pesca.
David Frost, principal negociador comercial da Grã-Bretanha na UE, disse que não teme negociar com o bloco nos mesmos termos que a Austrália, que não tem acordo abrangente com a UE.
"Já estamos conversando há seis meses e não podemos mais nos dar ao luxo de percorrer um terreno já trilhado. Precisamos ver mais realismo da UE sobre nosso status como país independente", disse Frost.
"Se eles não puderem fazer isso em um tempo muito limitado, então estaremos negociando em termos como os que a UE tem com a Austrália."
Antes das negociações mais recentes, o primeiro-ministro Boris Johnson procurou aumentar a pressão sobre a UE definindo um prazo de 15 de outubro para chegar a um acordo.
Sem um acordo, os laços comerciais e financeiros entre a sexta maior economia do mundo e seu maior bloco comercial entrariam em colapso da noite para o dia, provavelmente espalhando estragos entre os mercados e empresas.
Um diplomata da UE disse que faltando semanas para chegar a um acordo, sempre se esperou que a pressão aumentasse.
Mas "o tempo está se esgotando se quisermos chegar ao acordo que todos desejam, dado o número de questões em aberto e o tempo que resta", disse o diplomata. "Qualquer negócio está ficando cada vez mais estreito."
(Reportagem de Andrew MacAskill e John Chalmers)
((Tradução Redação São Paulo; + 55 11 5644-7712))
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