(Reuters) - O grupo mercenário Wagner, da Rússia, está pronto para aumentar sua presença na África, disse seu líder, Yevgeny Prigozhin, a uma agência de notícias africana em uma entrevista em áudio publicada online no início desta semana.
"Não estamos reduzindo (nossa presença), aliás, estamos prontos para aumentar nossos vários contingentes", disse Prigozhin à agência Afrique Media, sediada em Camarões. A entrevista por telefone foi publicada no YouTube, mas tinha sido vista apenas 1.400 vezes até o final da sexta-feira.
A Reuters não conseguiu verificar imediatamente a veracidade do áudio, mas uma voz que parecia ser a de Prigozhin pôde ser ouvida em uma tradução francesa.
Na entrevista, ele disse que o Grupo Wagner está cumprindo com todas as suas obrigações no continente e está disposto a aprofundar ainda mais as relações com os países africanos.
Lutando ao lado das forças russas, o Grupo Wagner participou de algumas das batalhas mais sangrentas da guerra da Ucrânia. Mas seu papel futuro foi questionado quando Prigozhin liderou uma breve rebelião no mês passado, e o Kremlin disse que o líder deixaria a Rússia para ir até Belarus, onde alguns de seus combatentes começaram a treinar forças bielorrussas.
No entanto, Prigozhin foi fotografado em São Petersburgo esta semana durante uma cúpula Rússia-África, inclusive ao lado de um jornalista da Afrique Media.
Prigozhin confirmou à agência que um novo contingente das forças do Wagner havia chegado recentemente à República Centro-Africana antes de um referendo constitucional em 30 de julho, que poderia levar o presidente Faustin-Archange Touadera a estender seu mandato.
(Reportagem de Mark Trevelyan)