ATENAS (Reuters) - O novo governo esquerdista de Atenas deu início às negociações sobre o pacote de resgate com seus parceiros europeus nesta sexta-feira rejeitando diretamente a esperada prorrogação do programa e a supervisão de inspetores internacionais.
O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, encontrou-se com Jeroen Dijsselbloem, chefe do grupo de ministros das Finanças da zona do euro, para o que foi descrito por ambos como discussões "construtivas".
Contudo, a mídia grega percebeu sinais de linguagem corporal gélida entre ambos e a reunião de uma hora pareceu insuficiente para romper o abismo entre o governo do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, e seus parceiros europeus.
A reunião marcou o início dos esforços da Grécia para persuadir seus parceiros a afrouxar os rígidos termos do resgate de 240 bilhões de euros, que impôs anos de austeridade sobre o país na pior crise em décadas. O encontro precede visitas de Tsipras e Varoufakis a Londres, Paris e Roma na semana que vem.
Embora nem a França nem a Itália tenham dado qualquer sinal de aceitação da exigência do novo governo grego para reduzir parte da dívida de 320 bilhões de euros, ambos já pediram previamente mudança na trajetória da austeridade fiscal ao estilo alemão.
Após uma semana volátil em que ações de bancos chegaram a cair 40 por cento, os mercados financeiros, que recuperaram algum terreno na quinta-feira, voltaram a recuar, com o principal índice da bolsa de Atenas caindo 1,6 por cento. Os rendimentos dos títulos de 10 anos da Grécia caíam 0,22 ponto percentual, a 10,37 por cento, mas se mantinham acima de níveis vistos antes das eleições de domingo.
Varoufakis disse que a Grécia não tem intenção de cooperar com a missão da "troika", composta pelos credores União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), e não vai buscar uma extensão do prazo de 28 de fevereiro com credores da zona do euro.