Por Brenda Goh e Stella Qiu
XANGAI/PEQUIM (Reuters) - Atritos comerciais com os Estados Unidos e acusações de espionagem industrial devem lançar uma nuvem sobre a maior reunião aeroespacial da China nesta semana, enquanto os fornecedores consideram o que a desaceleração da economia do país pode significar para o boom na demanda por jatos.
A bienal Airshow China, a ser realizada de 6 a 11 de novembro, é tradicionalmente um evento para Pequim desfilar sua crescente proeza na aviação. Mas os analistas dizem que não esperam muitos anúncios relevantes ou grandes negócios este ano, já que uma contundente guerra comercial entre Pequim e Washington e a desaceleração da economia chinesa fazem com que as empresas sejam cautelosas.
A China tornou-se um importante local de negociação para empresas estrangeiras, já que suas companhias aéreas expandiram as frotas para acompanhar a crescente demanda por viagens, colocando o país em posição de ultrapassar os Estados Unidos como o maior mercado mundial de aviação na próxima década.
Mas o crescimento econômico da China enfraqueceu para o ritmo mais lento desde a crise financeira e suas relações com outros países foram testadas pelas ambições de Pequim de impulsionar suas próprias gigantes nacionais em setores como a aviação.
E enquanto aeronaves fabricadas nos EUA até agora escaparam das tarifas de Pequim, analistas disseram que ainda esperam para ver o que a guerra comercial significaria para as empresas dos EUA, como Boeing, Honeywell (N:HON) e Gulfstream, que enfrentam uma concorrência feroz na China tanto da Airbus quanto de outros fornecedores.