Hamas concorda com partes do plano de Trump para Gaza; Trump diz que Israel precisar parar bombardeios

Publicado 03.10.2025, 17:04
Atualizado 03.10.2025, 19:35
© Reuters.

CAIRO (Reuters) - O Hamas disse nesta sexta-feira que concordaria com alguns dos termos do plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com a guerra de Gaza, incluindo a libertação de reféns, mas evitou abordar questões mais incômodas, como o desarmamento, e disse que buscará mais negociações.

Em uma publicação em sua plataforma Truth Social, Trump disse acreditar que a declaração do Hamas mostrava que ele estava "pronto para uma PAZ duradoura" e acrescentou que "Israel precisa parar imediatamente o bombardeio de Gaza, para que possamos retirar os reféns com segurança e rapidez!"

"Neste momento, é perigoso demais fazer isso", escreveu Trump. "Já estamos discutindo os detalhes a serem resolvidos. Não se trata apenas de Gaza, trata-se da PAZ há muito buscada no Oriente Médio."

O Hamas emitiu sua resposta ao plano de 20 pontos de Trump depois que o presidente deu ao grupo militante palestino até domingo para aceitar ou enfrentar graves consequências.

De acordo com uma cópia da resposta vista pela Reuters, o Hamas não disse se concordaria em se desarmar e desmilitarizar Gaza -- algo que Israel e os EUA querem, mas que o Hamas já rejeitou anteriormente. Também não concordou com uma retirada israelense em etapas, em oposição à retirada imediata e total exigida pelo Hamas.

Trump publicou uma cópia da carta do Hamas em sua página no Truth Social, e a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, publicou uma imagem no X do presidente gravando uma resposta à "aceitação do Hamas de seu Plano de Paz".

Não houve nenhum comentário imediato de Israel, que apoia a proposta de Trump.

Testemunhas em Gaza disseram que os aviões militares israelenses intensificaram seus bombardeios na Cidade de Gaza na hora seguinte à declaração do Hamas, atingindo várias casas no bairro de Remal. Também houve ataques em Khan Younis, mas não houve relatos de vítimas, disseram os moradores.

Uma autoridade sênior do Hamas disse à Al Jazeera que o grupo não se desarmaria antes do fim da ocupação israelense do enclave, comentários que ressaltaram a distância entre as partes à medida que a guerra se aproxima da marca de dois anos.

O Catar iniciou a coordenação com o mediador Egito e os Estados Unidos para continuar as conversações sobre o plano de Trump para Gaza, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar no X.

HAMAS BUSCA MAIS NEGOCIAÇÕES

Em sua resposta ao plano de Trump, o Hamas disse que "aprecia os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo o fim da guerra na Faixa de Gaza, a troca de prisioneiros (e) a entrada imediata de ajuda", entre outros termos.

O Hamas disse que estava anunciando sua "aprovação da libertação de todos os prisioneiros de ocupação -- tanto vivos quanto mortos -- de acordo com a fórmula de troca contida na proposta do presidente Trump, com as condições de campo necessárias para implementar a troca".

Mas o Hamas acrescentou: "Nesse contexto, o movimento afirma sua disposição de entrar imediatamente, por meio dos mediadores, em negociações para discutir os detalhes".

O grupo disse que estava pronto "para entregar a administração da Faixa de Gaza a um corpo palestino de independentes (tecnocratas) com base no consenso nacional palestino e apoiado pelo suporte árabe e islâmico".

O Hamas já havia oferecido a libertação de todos os reféns e a entrega da administração da Faixa de Gaza a um órgão diferente.

O plano de Trump especifica um cessar-fogo imediato, uma troca de todos os reféns mantidos pelo Hamas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel, uma retirada israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e a introdução de um governo de transição liderado por um órgão internacional.

TRUMP ALERTOU ANTERIORMENTE SOBRE "INFERNO"

Mais cedo na sexta-feira, Trump alertou que "todo o INFERNO" se instalaria em Gaza se o Hamas não concordasse com sua proposta para o enclave.

"Um acordo precisa ser alcançado com o Hamas até domingo, SEIS (6) P.M., horário de Washington, D.C. (19h de Brasília)", escreveu Trump nesta sexta-feira no Truth Social.

Trump acrescentou: "Todos os países assinaram! Se esse acordo de ÚLTIMA CHANCE não for alcançado, todo o INFERNO, como nunca visto antes, se desencadeará contra o Hamas".

Depois de apresentar seu plano aos países árabes e muçulmanos na semana passada, Trump recebeu Benjamin Netanyahu na Casa Branca, onde o primeiro-ministro israelense endossou o documento, dizendo que ele satisfazia os objetivos de guerra de Israel.

O Hamas não esteve envolvido nas negociações que levaram à proposta, que pede que o grupo militante islâmico se desarme, uma exigência que ele já havia rejeitado anteriormente.

(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, Yomna Ehab e Ahmed Tolba no Cairo; Bhargav Acharya e Doina Chiacu em Washington; Andrew Mills em Doha e Michelle Nichols nas Nações Unidas)

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