Por Julien Ponthus e John Irish
BRUXELA (Reuters) - O presidente da França, François Hollande, disse nesta quinta-feira que o Egito vai comprar 24 caças de combate Rafale, uma fragata e equipamentos militares relacionados, num acordo a ser assinado na segunda-feira no Cairo avaliado em mais de 5 bilhões de euros.
O contrato vai tornar o Egito, que busca renovar suas Forças Armadas em meio a temores de que a crise na vizinha Líbia possa se espalhar para o país, o primeiro cliente externo do avião militar construído pela Dassault Aviation.
Se confirmada, a venda encerraria anos de tentativas fracassadas da França de vender o avião para outros países, inclusive o Brasil.
"O caça de combate Rafale obteve seu primeiro contrato de exportação", informou o gabinete de Hollande em comunicado.
"As autoridades egípcias acabaram de me informar sobre sua intenção de adquirir 24 aviões Rafale, uma fragata multiemprego, além de equipamento relacionado", acrescentou a nota.
Hollande, que está em Bruxelas para um encontro do Conselho Europeu, acrescentou que a venda será formalizada no Cairo, na segunda-feira, em cerimônia com a presença do ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian.
O contrato seria o primeiro no exterior do Rafale 14 anos após sua entrada em serviço e três anos depois de a Dassault Aviation ter iniciado negociações exclusivas para vender 126 unidades da aeronave de combate para a Índia.
Atrasos na finalização do contrato com a Índia devem ser discutidos em uma feira aérea no país asiático que começa em 18 de fevereiro.
A Dassault também está em negociações para fornecer o Rafale para o Catar, e sofre pressão crescente para vender o avião no exterior.
O caça francês também participou da concorrência da Força Aérea Brasileira que acabou por escolher, no ano passado, o caça sueco Gripen NG, da Saab, para equipar a Aeoronáutica.