Por Jörn Poltz
MUNIQUE (Reuters) - Uma integrante de um grupo neonazista alemão foi condenada à prisão perpétua nesta quarta-feira por sua participação nos assassinatos de 10 pessoas ao longo de sete anos de crimes motivados por motivações raciais.
Beate Zschaepe, de 43 anos, fez parte da Nacional Socialista Clandestina, cujos membros mataram oito turcos, um cidadão grego e uma policial alemã, de acordo com a Corte Regional Superior de Munique.
Os juízes disseram que Beate carrega "culpa particularmente pesada" e a condenaram à pena mais rígida, no final de um dos casos mais observados da história pós-guerra da Alemanha.
Durante o julgamento de cinco anos, Beate negou ter qualquer conhecimento dos assassinatos. Mas, depois, disse se arrepender de não ter impedido dois membros do grupo, Uwe Boehnhardt e Uwe Mundlos, de realizarem os assassinatos.
Boehnhardt e Mundlos se suicidaram em 2011 quando a polícia descobriu o grupo.
Promotores disseram que Beate desempenhou um papel-chave nos bastidores, planejando os assassinatos e conseguindo dinheiro e álibis.
Os assassinatos abalaram a Alemanha, que acreditava já ter aprendido com as lições do passado. Um relatório de 2014 disse que a polícia havia subestimado o risco da violência de extrema-direita no país e que uma série de erros havia permitido que o grupo atuasse sem ser detectado.