Por Rozanna Latiff
KUALA LUMPUR (Reuters) - Investigadores emitiram nesta segunda-feira um relatório sobre o desaparecimento do voo MH370, da Malaysia Airlines, nesta segunda-feira, dizendo que ambos os controles do Boeing 777 provavelmente foram manipulados deliberadamente para tirá-lo do curso, mas não foram capazes de determinar quem foi o responsável.
Os investigadores não chegaram a nenhuma conclusão sobre o que aconteceu a bordo do avião, que desapareceu com 239 pessoas a bordo quando ia de Kuala Lumpur para Pequim no dia 8 de março de 2014, sem oferecer solução para um dos maiores mistérios da aviação mundial.
"A reposta só pode ser conclusiva se os destroços forem encontrados", disse Kok Soo Chon, chefe da equipe de investigação de segurança do MH370, a repórteres.
A Malásia cancelou em 29 de maio uma busca de três meses da empresa norte-americana Ocean Infinity, que vasculhou 112 mil quilômetros quadrados do sul do Oceano Índico sem fazer nenhuma nova descoberta relevante.
Tratou-se da segunda grande busca, já que Austrália, China e Malásia encerraram uma operação infrutífera de 147,06 milhões de dólares em uma área de 120 mil quilômetros quadrados no ano passado.
Investigadores malaios e de outras partes do mundo tentam entender por que o Boeing 777 se desviou milhares de quilômetros de sua rota programada e depois supostamente mergulhou no Oceano Índico.
Especialistas acreditam que alguém desligou o transponder do MH370 propositalmente e depois o desviou para o Oceano Índico.
A última comunicação do avião foi do capitão Zaharie Ahmad Shah, que se despediu dizendo "Boa noite, malaio três sete zero" quando a aeronave deixou o espaço aéreo da Malásia.
Um relatório final de 440 páginas divulgado pelo Escritório Australiano de Segurança na Aviação (ATSB) no ano passado mostrou que Zaharie fez uma rota em seu simulador de voo doméstico seis semanas antes que foi "inicialmente semelhante" àquela de fato seguida pelo MH370.
Um relatório forense da polícia malaia já havia concluído não ter havido atividades incomuns além de simulações de voo ligadas a videogames.
Kok disse que os investigadores examinaram o histórico do piloto e de seu auxiliar e que ficaram satisfeitos com sua formação, seu treinamento e sua saúde mental.
"Não podemos descartar que tenham havido uma interferência ilegal de uma terceira parte", afirmou Kok.
Ele acrescentou que os históricos de todos os passageiros foram verificados por seu 15 países respectivos e aprovados.
(Reportagem adicional de Ben Blanchard em Pequim)