DUBAI (Reuters) - O Irã estaria aberto a negociações com os Estados Unidos se o governo norte-americano se desculpar pela saída de um acordo nuclear de 2015 e compensar Teerã, disse o presidente iraniano, Hassan Rouhani, nesta quarta-feira, alertando que os pedidos dos EUA para conversas não são sinceros.
O confronto entre as nações rivais se agravou desde 2018, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear do Irã, estabelecido em 2015 com as principais potências mundiais, e reimpôs sanções que prejudicaram a economia iraniana.
A nação do Oriente Médio se recusou a ter qualquer negociação com os EUA, que estão tentando forçar Teerã a negociar um novo acordo, a menos que Washington suspenda as sanções e retorne ao acordo original.
Em um tuíte no início de junho, Trump repetiu o apelo por um novo acordo com Teerã com o objetivo de estabelecer limites mais estritos às atividades nucleares do Irã, restringir o programa iraniano de mísseis balísticos e encerrar as décadas de guerras regionais.
"Não temos problemas com as negociações com os EUA, mas apenas se Washington cumprir suas obrigações sob o acordo nuclear, pedir desculpas e compensar Teerã por sua retirada do acordo de 2015", disse Rouhani em um discurso televisionado.
"Mas sabemos que esses pedidos de diálogo com Teerã são apenas palavras e mentiras", acrescentou.
Em retaliação à política de "pressão máxima" de Washington, o Irã reduziu gradualmente seus compromissos nucleares, um processo que alega ser reversível se os participantes europeus no pacto cumprirem suas promessas de proteger a economia iraniana das sanções norte-americanas.
"Os europeus não cumpriram suas promessas. Eles devem cumprir suas obrigações", afirmou Rouhani.
O líder também criticou uma resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovada na sexta-feira que pedia ao Irã que parasse de negar à agência o acesso a dois locais suspeitos de hospedar material nuclear não declarado ou vestígios dele e que cooperasse totalmente com o órgão.
"O Irã está pronto para cooperar com a AIEA nos termos da lei", afirmou.
(Por Parisa Hafezi)
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