Por Bozorgmehr Sharafedin
LONDRES (Reuters) - Manifestantes no Irã que realizaram três dias de protestos por conta de dificuldades econômicas e suposta corrupção devem pagar um preço alto caso quebrem a lei, afirmou o governo neste domingo.
A onda de manifestações contrárias ao governo em diversas cidades é o maior desafio para líderes do Irã desde agitações em 2009 que seguiram por meses após a reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Manifestantes atacaram bancos e prédios do governo e queimaram uma motocicleta da polícia. Dois manifestantes foram mortos a tiros na cidade de Dorud, no oeste do país, na noite de sábado. O vice-governador da província de Lorestan culpou agentes estrangeiros pelas mortes.
"Nenhum tiro foi disparado pela polícia e forças da segurança. Nós encontramos evidências de inimigos da revolução, grupos Takfiri e agentes estrangeiros neste confronto", disse Habibollah Khojasteupour em uma entrevista à TV estatal neste domingo. Takfiri é um termo para militantes sunitas, especialmente do Estado Islâmico.
A mídia estatal também citou o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, como tendo dito: "Aqueles que danificam propriedades públicas, violam a lei e ordenam e criam agitações são responsáveis por suas ações e devem pagar o preço”.
Os protestos tiveram gritos e slogans contra o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, e a liderança clerical no poder desde a revolução de 1979.
De acordo com a televisão estatal, citando uma fonte neste domingo, o Irã vai restringir temporariamente o acesso às mídias sociais e a aplicativos de mensagens para controlar os protestos.
"Foi decidido no nível mais alto de segurança restringir o acesso ao Telegram (aplicativo de mensagens) e ao Instagram", disse a fonte.