Por Ali Sawafta
JENIN, Cisjordânia (Reuters) - As forças israelenses atingiram a cidade de Jenin com ataques de drones durante uma operação na madrugada desta segunda-feira, que incluiu centenas de soldados e iniciou um confronto armado que avançou pela manhã, matando pelo menos oito pessoas em uma grande escalada da violência na Cisjordânia.
Com drones audíveis e sons de tiros e explosivos ouvidos pela cidade horas após os ataques, as Brigadas de Jenin, uma unidade composta por grupos militantes baseados no campo de refugiados lotado da cidade, disseram que estavam enfrentando as forças israelenses e abateram uma das aeronaves não tripuladas.
Durante a manhã, pelo menos seis drones puderam ser vistos circulando sobre a cidade e o campo adjacente, uma área densamente povoada que abriga cerca de 14.000 refugiados em menos de meio quilômetro quadrado.
O campo tem estado no centro de uma espiral crescente de violência na Cisjordânia, que tem provocado alarme desde Washington ao mundo árabe, sem até agora abrir caminho para uma retomada das negociações políticas que estão paralisadas há quase uma década.
Por mais de um ano, incursões do Exército israelense em cidades como Jenin se tornaram rotina, enquanto houve uma série de ataques mortais de palestinos contra israelenses e ataques violentos de colonos judeus contra aldeias palestinas.
"O que está acontecendo no campo de refugiados é uma guerra real", disse o motorista de ambulância palestino Khaled Alahmad, descrevendo os combates desta segunda-feira. "Houve ataques vindos do céu visando o acampamento, toda vez que entramos, cerca de cinco a sete ambulâncias e voltamos cheios de feridos."
O Ministério da Saúde palestino confirmou que pelo menos oito pessoas foram mortas e mais de 50 ficaram feridas em Jenin, enquanto outro homem foi morto na cidade de Ramallah após ser baleado na cabeça em um posto de controle.
Os militares israelenses disseram que suas forças atacaram um prédio que servia como centro de comando para combatentes das Brigadas de Jenin, no que descreveu como um extenso esforço de contraterrorismo com o objetivo de destruir a infraestrutura e impedir que militantes usem o campo de refugiados como base.
Um porta-voz afirmou que a ação duraria o tempo que fosse necessário e as autoridades sugeriram que as forças poderiam permanecer por dias. "Uma operação não termina em um dia", disse o ministro da Energia, Israel Katz, membro do gabinete de segurança, à rádio do Exército.
Centenas de combatentes de grupos militantes, incluindo Hamas, Jihad Islâmica e Fatah, estão baseados no campo, armados com uma série de armas contrabandeadas para a Cisjordânia ou roubadas das forças israelenses, e um crescente arsenal de dispositivos explosivos.