Por Nidal al-Mughrabi e Stephen Farrell
GAZA/JERUSALÉM (Reuters) - Israel assolou Gaza com fogo de artilharia e ataques aéreos nesta sexta-feira, visando túneis de militantes palestinos para tentar deter os ataques de foguete persistentes contra cidades israelenses.
Em uma ofensiva de 40 minutos antes do amanhecer, ao menos 13 palestinos foram mortos, incluindo uma mãe e seus três filhos, cujos corpos foram recuperados dos escombros de sua casa, disseram autoridades de saúde de Gaza.
A operação israelense incluiu 160 aeronaves, além de tanques e fogo de artilharia, fora da Cidade de Gaza, disse o coronel Jonathan Conricus, porta-voz dos militares de Israel.
As levas de foguetes palestinos contra o sul de Israel vieram na sequência no quinto dia dos combates mais intensos entre Israel e militantes de Gaza desde 2014.
Mais tarde, uma autoridade militar israelense disse que mais de dois mil foguetes foram disparados de Gaza a Israel desde o início do conflito e que seu país destruiu vários quilômetros de túneis usados pelos militantes.
Pelo menos 126 pessoas foram mortas em Gaza desde segunda-feira, incluindo 31 crianças e 20 mulheres, e 950 ficaram feridas, disseram autoridades médicas palestinas.
Entre os oito mortos em Israel estão um soldado que patrulhava a fronteira de Gaza e seis civis israelenses, incluindo duas crianças, segundo autoridades israelenses.
O Egito lidera os esforços internacionais para obter um cessar-fogo e impedir que o conflito se dissemine. Fontes de segurança disseram que nenhum dos lados parece receptivo até agora, mas uma autoridade palestina disse que as negociações se intensificaram nesta sexta-feira.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou por um cessar-fogo imediato.
"Os combates têm o potencial de desencadear uma crise humanitária e de segurança irrefreável e fomentar ainda mais o extremismo...", disse o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também pediu a volta da paz durante uma conversa telefônica com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O Hamas, grupo islâmico que comanda Gaza, disparou os ataques de foguete na segunda-feira para retaliar choques da polícia israelense com palestinos perto da mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do islã, em Jerusalém Oriental.
Desde então, os episódios de violência se espalharam em cidades onde judeus e a minoria árabe de Israel convivem lado a lado. Também houve confrontos entre manifestantes palestinos e forças de segurança israelenses na Cisjordânia ocupada, onde autoridades de saúde disseram que 11 palestinos foram mortos nesta sexta-feira.
(Reportagem adicional de Rami Ayyub, Dan Williams e Ari Rabinovitch em Israel; Aidan Lewis no Cairo, Nandita Bose e Steve Holland em Washington, Michelle Nichols em Nova York e Emma Farge em Genebra)