Por Dan Williams e Tulay Karadeniz
JERUSALÉM/ANCARA (Reuters) - Israel confirmou nesta sexta-feira reportagem de um jornal dos Estados Unidos segundo a qual o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu a libertação de uma turca acusada de ter laços com o Hamas, mas Ancara negou ter concordado em soltar um pastor norte-americano detido em troca.
Israel deportou Ebru Ozkan em 15 de julho, uma semana depois de indiciá-la por contrabandear dinheiro e bens para o grupo militante islâmico palestino enquanto fazia uma visita como turista, acusações que seu advogado negou e que revoltaram a Turquia.
Na quinta-feira o Washington Post noticiou que, durante um telefonema de 14 de julho, Trump pediu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para soltar Ebru, o que a Casa Branca vislumbrou como uma possibilidade de uma troca indireta pelo pastor Andrew Brunson.
"Posso confirmar que houve tal pedido do presidente Trump", disse uma autoridade israelense sob condição de anonimato, sem detalhar se isso propiciou a soltura de Ebru.
A embaixada dos EUA em Jerusalém não comentou de imediato.
Brunson, preso devido às suas supostas ligações com um grupo que Ancara culpa por uma tentativa de golpe de 2016, passou a cumprir prisão domiciliar na quarta-feira –o que levou o governo Trump a ameaçar sanções contra a Turquia, sua aliada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O pastor negou as acusações. O presidente turco, Tayyip Erdogan, chegou a ligar o destino de Brunson ao do clérigo muçulmano Fehullah Gulen, que vive nos EUA e que a Turquia quer julgar como principal mentor do golpe. Gulen nega ter exercido tal papel.