Por Philip Pullella
ROMA (Reuters) - A Itália rejeitou nesta terça-feira comentários da chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Michelle Bachelet, sobre o tratamento dispensado pelo país a imigrantes, classificando as afirmações como "inadequadas, infundadas, injustas".
Em um comunicado longo e de linguagem ríspida, o Ministério de Relações Exteriores italiano reagiu a um discurso no qual Bachelet, ex-presidente do Chile, acusou o governo italiano de adotar uma "postura política" ao impedir a entrada de navios de resgate de ONGs.
Em seu primeiro pronunciamento no novo cargo, em Genebra, Bachelet também anunciou que uma equipe da ONU está sendo enviada à Itália para avaliar "o relatado crescimento acentuado de atos de violência e racismo contra imigrantes, pessoas de ascendência africana".
O comunicado da chancelaria rejeitou o que qualificou como a "suposta negligência da Itália na área dos direitos humanos de imigrantes", e disse que durante anos arcou com a maior parte da responsabilidade de salvar milhares de vidas no Mediterrâneo.
O texto do ministério veio na esteira de críticas duras a Bachelet feitas na noite de segunda-feira pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, que também é o líder do partido anti-imigrante Liga.