Por Valentina e Za
MILÃO (Reuters) - O ex-primeiro-ministro Matteo Renzi sugeriu no domingo que a próxima eleição da Itália seja realizada ao mesmo tempo que a da Alemanha, dizendo que isso faz sentido "numa perspectiva europeia".
A Alemanha vai votar em 24 de setembro. As eleições devem ser feitas na Itália em maio de 2018, mas a especulação está crescendo para que os italianos possam ir às urnas no outono.
O presidente Sergio Mattarella, o único com o poder de dissolver o parlamento, disse que as eleições só devem ser realizadas depois de o parlamento aprovar uma nova lei eleitoral para harmonizar os sistemas de votação da Câmara de Deputados e do Senado.
Renzi, líder do Partido Democrático de centro-esquerda (PD), disse em entrevista ao jornal Il Messaggero que seu partido "não pediria eleições antecipadas, mas também não tem medo delas".
Depois de recuperar a liderança de seu partido no final de abril, Renzi tem favorecido as eleições antecipadas. Ele disse a Il Messaggero que pode ser possível chegar a um acordo com um sistema de votação inspirado no modelo proporcional da Alemanha, como sugerido pelo ex-primeiro-ministro de centro-direita Silvio Berlusconi.
"Em teoria sim, mas devemos ser cautelosos", disse Renzi. "O sistema alemão seria um passo adiante na superação do impasse atual, mas não é uma solução para todos os problemas, ter uma coalizão no poder é muito arriscado".
Renzi, que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em dezembro depois que os italianos rejeitaram sua reforma constitucional, disse na semana passada que tentaria negociar com outras bancadas parlamentares para chegar a um acordo para discutir em uma reunião executiva do PD em 30 de maio.