Por Paul Sandle
GLASTONBURY, Inglaterra (Reuters) - O ator Johnny Depp pediu desculpas nesta sexta-feira pela piada sobre assassinar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo que seus comentários foram “de mau gosto”.
O ator de “Piratas do Caribe” fez os comentários na quinta-feira durante aparição no festival de música britânico Glastonbury quando ponderava sobre quanto tempo faz que um ator matou um presidente dos EUA. Seus comentários geraram críticas de apoiadores de Trump e foram descritos pela Casa Branca como “tristes”. “O presidente Trump condena a violência de todas as formas e é triste que outros como Johnny Depp não sigam sua liderança”, afirmou a Casa Branca em comunicado. “Espero que alguns dos colegas do sr. Depp falem contra este tipo de retórica de maneira firme como fariam caso estes comentários fossem direcionados a uma autoridade democrata eleita.” Depp disse nesta sexta-feira que seus comentários não foram mal-intencionados. “Peço desculpas pela piada ruim de mau gosto que tentei na noite passada sobre o presidente Trump”, disse Depp, de 54 anos, em comunicado. “Não saiu como planejada e não tive maldade. Estava somente tentando entreter, não ferir alguém.” Depp estava em uma exibição de seu filme “O Libertino”, de 2004, no festival Glastonbury quando a discussão passou a girar sobre Trump. Depp disse pensar que o presidente “precisa de ajuda”. “Podemos trazer Trump aqui?”, perguntou Depp à plateia. “Quando foi a última vez que um ator assassinou um presidente?”. O ator John Wilkes Booth assassinou o presidente dos EUA Abraham Lincoln em 1865. “Agora quero esclarecer, eu não sou ator”, continuou Depp. “Eu ganho a vida mentindo. Entretanto, já se passou um tempo, e talvez esteja na hora.” O Serviço Secreto dos EUA informou estar ciente das declarações de Depp, mas não fez outros comentários. Alguns republicanos criticaram os comentários de Depp como parte de uma tendência cruel. “Estou farta de celebridades se livrando de comentários nojentos”, disse a presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna Romney McDaniel, em publicação no Twitter. Depp, cujo filme mais recente da franquia “Piratas do Caribe” sofreu críticas negativas em maio, tem sido há mais de um ano alvo na imprensa na esteira de uma após um amargo divórcio com a atriz Amber Heard e um processo contra seus ex-empresários, que detalharam reivindicações de gastos extravagantes do ator. Neste mês, a Delta Air Lines e o Bank of America deixaram de patrocinar uma produção em Nova York da obra “Júlio César”, de Shakespeare, porque o líder romano assassinado era mostrado como um empresário a estilo de Trump.
Os comentários de Depp surgiram menos de um mês depois de a comediante Kathy Griffin ser duramente criticada por posar em fotos segurando uma cabeça decepada e ensanguentada parecida com Trump. A rede CNN acabou afastando Griffin de sua transmissão de Ano Novo devido à controvérsia.
Na semana passada, um atirador disparou contra parlamentares republicanos que treinavam para um jogo de beisebol beneficente.
(Reportagem adicional de Jill Serjeant, em Los Angeles)