BRUXELAS (Reuters) - Jornalistas de Bruxelas que cobrem a União Europeia acusaram a Bélgica, nesta quarta-feira, de violar a liberdade de imprensa após serem informados que precisarão pagar 50 euros para acompanhar a próxima cúpula de líderes da UE.
Seus protestos foram acompanhados pela Comissão Europeia, braço executivo da UE, que, assim como o Conselho Europeu que organiza as cúpulas, pediu que o governo belga reconsidere uma nova lei que faz com que pessoas paguem pelo processo de verificação de seus serviços de segurança.
Apresentada no dia 1º de junho, a lei chamou a atenção de jornalistas na quarta-feira quando o Conselho emitiu um convite de rotina para a cobertura da próxima cúpula, que acontecerá em outubro. Pela primeira vez, o comunicado disse que repórteres que trabalham na Bélgica precisariam pagar pelo processo obrigatório de verificação de segurança.
A associação de jornalistas belgas AGJPB disse que cerca de mil repórteres serão afetados e chamou a decisão de uma violação à liberdade de imprensa.
A associação destacou o peso que será sentido por profissionais autônomos, que não têm empresas para assumir a conta e também o desequilíbrio, uma vez que jornalistas estrangeiros não precisarão pagar a taxa, já que sua verificação de segurança será feita por seus próprios países.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Bélgica se recusou a comentar o assunto de imediato.
(Reportagem de Alastair Macdonald e Julia Echikson)