TEGUCIGALPA (Reuters) - Um juiz de Honduras determinou a prisão de três parlamentares, um vice-ministro de governo e ao menos outras 12 pessoas que aguardam julgamento devido a alegações de que desviaram 12 milhões de dólares de dinheiro público para campanhas políticas, disse um porta-voz do Judiciário.
Os fundos foram supostamente usados na campanha do presidente Juan Orlando Hernández em 2013 para pagar dívidas do opositor Partido Liberal e para financiar outras campanhas, segundo uma investigação da missão anticorrupção da Organização dos Estados Americanos (OEA) e de procuradores públicos.
No sábado, um juiz emitiu um mandado de prisão para 37 pessoas ligadas ao caso, conhecido como "Pandora", relacionado ao desvio de fundos públicos de projetos agrícolas para campanhas cinco anos atrás.
Entre as 19 pessoas postas em detenção pré-julgamento estão três representantes do governista Partido Nacional no Congresso hondurenho e um subsecretário do governo atual.
O gabinete do presidente Hernández não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Um advogado de defesa de um dos acusados disse que as acusações são "inconsistentes".
Os fundos teriam sido movimentados por meio de uma fundação e uma entidade sem fins lucrativos para contas de candidatos ao Congresso, prefeituras e líderes tanto do Partido Nacional quanto do Partido Liberal, de acordo com os procuradores públicos e a Missão de Apoio à Luta contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras da OEA (MACCIH).
O conservador Hernández foi reeleito no ano passado em uma eleição polêmica que provocou protestos violentos, nos quais ao menos 20 pessoas morreram.