Por Marty Graham
SAN DIEGO (Reuters) - Um juiz na sexta-feira exigiu que o governo dos Estados Unidos se foque em encontrar os pais imigrantes deportados para reuni-los com seus filhos que continuam no país após serem separados por autoridades de imigração na fronteira entre os Estados Unidos e o México nos últimos meses.
O governo declarou ter cumprido o prazo definido pela Justiça para reunir famílias separadas no período de tolerância zero do governo Trump para desencorajar a imigração ilegal.
O juiz Dana Sabraw disse na corte de San Diego que o governo merecia crédito pelas 1.820 crianças liberadas da custódia para um parente ou guardião. Mas ele exigiu que as autoridades se apressem para que as 711 crianças remanescentes sejam reunidas com seus guardiões, após o governo ter classificado seus pais legalmente inaptos por terem sido deportados, não encontrados, ou por terem sido reprovados num teste de antecedentes.
Sabraw parecia estar mais preocupado com as alegações de 120 pais que, segundo o governo, abdicaram do direito à reunificação, pois poderiam não ter compreendido o que estavam assinando, ou teriam se sentido ameaçados.
Os pais estavam sendo "efetivamente torturados" pelo conhecimento de que acidentalmente haviam abrindo mão do direito de reunião com seus filhos, disse Lee Gelernt, um advogado da União Americana das Liberdades Civis (ACLU), após a audiência.
A ACLU, que entrou com a ação que levou à ordem de reunificação de Sabraw, pediu que Sabraw suspenda as deportações de pais que abriram mão dos direitos de reunificação e que desse aos pais uma semana após a reunião com seus filhos antes de serem deportados.
Muitos dos pais pais fugiram da violência na Guatemala, Honduras, e El Salvador, de acordo com defensores da imigração.
Grupos de direitos humanos criticaram os esforços do governo para reunificar as crianças aos pais como confusos e caóticos.