Por Nandita Bose e Stephanie Kelly
WASHINGTON CROSSING, Pensilvânia (Reuters) - A vice-presidente democrata Kamala Harris foi bastante pressionada na entrevista televisiva desta quarta-feira sobre os esforços do governo Biden para controlar o aumento na imigração ilegal na fronteira do sul do país e colocou a culpa nos republicanos, por eles não aprovarem o projeto de lei da fronteira.
Em uma entrevista combativa com o apresentador Bret Baier, da Fox News, Kamala foi questionada sobre a decisão inicial do governo de reverter algumas das políticas restritivas de Donald Trump, seu rival republicano. Ela também foi questionada a respeito do depoimento de uma mãe no Congresso sobre a perda de seu filho nas mãos de um imigrante ilegal.
"Eu sinto muito pela perda dela, mas vamos falar sobre o que está acontecendo agora", disse Kamala.
A democrata afirmou que Trump instruiu os republicanos a rejeitarem um projeto de lei bipartidário sobre imigração, porque "ele preferia concorrer usando um problema em vez de resolvê-lo".
A entrevista faz parte de um apelo direto de Kamala aos eleitores republicanos na eleição presidencial dos EUA deste ano, destacando o apoio republicano à sua campanha em um condado decisivo na Pensilvânia, antes de aparecer na Fox News, conhecida pelo conservadorismo.
Kamala foi questionada na entrevista sobre seu comentário recente de que não mudaria "absolutamente nada" nas ações do governo Biden, ao que respondeu: "deixe-me ser muito clara, minha presidência não será uma continuação da presidência de Joe Biden". Mas ela não deu mais detalhes.
Mais cedo, no condado de Bucks, nos arredores da Filadélfia, Kamala enfatizou a tentativa de Trump de reverter sua derrota eleitoral há quatro anos, quando perdeu a Casa Branca para o atual presidente, Joe Biden.
Kamala afirmou que as ações de Trump violaram a Constituição dos EUA e que, se tiver outra chance, ele fará isso novamente.
"Ele se recusou a aceitar a vontade do povo e os resultados de uma eleição livre e justa. Ele enviou uma multidão, uma multidão armada, ao Capitólio dos EUA, onde eles agrediram violentamente policiais e ameaçaram a vida de seu próprio vice-presidente", disse Kamala.
Mais de 100 republicanos se uniram a Kamala no condado de Bucks, incluindo Adam Kinzinger, ex-congressista e membro do comitê que investigou o ataque ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro, por apoiadores do então presidente Trump.
"Não importa o seu partido, não importa em quem você votou da última vez, há um lugar para você nesta campanha", disse Kamala.
A democrata estava à frente do candidato republicano Donald Trump por uma margem estreita de 46% a 43%, de acordo com uma pesquisa recente da Reuters.
(Reportagem de Stephanie Kelly em Nova York e Nandita Bose em Washington Crossing, Pensilvânia)