Por Andrea Shalal e Steve Holland
MALVERN, Pensilvânia/SWANNANOA, Carolina do Norte (Reuters) - A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos Kamala Harris fez campanha com a ex-deputada republicana Liz Cheney enquanto o seu rival republicano Donald Trump visitou a Carolina do Norte em meio a preocupações que os danos causados pela tempestade possam aumentar a abstenção entre os eleitores conservadores no Estado.
Retratando Trump como uma ameaça à democracia, Kamala pediu aos eleitores republicanos da Pensilvânia que coloquem os interesses do país acima dos do partido ao votarem nela. Ela também fará campanha em Wisconsin e Michigan nesta segunda-feira com Cheney, que disse aos republicanos que Trump era uma pessoa "totalmente errática, completamente instável" que não deveria ser reeleita.
"De diversas formas, Donald Trump não é um homem sério, mas as consequências de ele ser presidente dos Estados Unidos vão ser brutalmente sérias", disse Kamala, a vice-presidente, no evento em Malvern, Pensilvânia, um dos sete Estados decisivos que devem determinar o vencedor da eleição de 5 de novembro.
Com as pesquisas mostrando uma disputa acirrada, os dois candidatos intensificam suas campanhas a pouco mais de duas semanas antes do dia da eleição.
Kamala também buscou se apresentar como uma candidata que representa "uma nova geração de liderança", distanciando-se do presidente Joe Biden.
Kamala está recorrendo a Cheney para tentar obter apoio de eleitores republicanos que hesitam em dar a Trump mais quatro anos na Casa Branca depois do turbulento mandato de 2017 a 2021.
Cheney e seu pai, Dick Cheney, que foi vice-presidente durante o governo de George W. Bush e ainda é atacado por muitos democratas por sua intransigente defesa da invasão do Iraque pelos EUA, são conservadores ferrenhos e dois dos republicanos mais proeminentes a apoiarem Kamala.
Em uma publicação na sua plataforma Truth Social nesta segunda-feira, Donald Trump chamou Cheney de "burra como uma pedra" e de "viciada em guerras". Ele a acusou de querer entrar em guerra com "todos os países muçulmanos conhecidos pela humanidade", assim como seu pai, a quem chamou de "o homem que empurrou ridiculamente Bush para a guerra no Oriente Médio".
Trump visitou a Carolina do Norte nesta segunda-feira em meio a preocupações de aliados republicanos de que os danos devastadores causados pela tempestade Helene diminuam a participação eleitoral nas regiões conservadoras montanhosas do Estado.
"Obviamente, queremos que votem, mas queremos que vivam, sobrevivam e sejam felizes e saudáveis, porque isso é realmente uma tragédia", disse Trump em evento de campanha em Swannanoa após visitar áreas destruídas pela tempestade.
Ele disse que muitos americanos sentiam-se abandonados pelo governo federal e repetiu as alegações infundadas de que a resposta do governo Biden foi lenta, acusações que a Casa Branca rejeitou e classificou de desinformação.
Trump também prometeu reconstruir todas as casas destruídas pelo furacão e cortar a burocracia, caso eleito.
Tanto Kamala quanto Trump têm chance de vencer na Carolina do Norte e suas campanhas lutam arduamente por cada voto. As pesquisas mostram que os dois candidatos estão praticamente empatados no Estado.
(Reportagem de Steve Holland e Andrea Shalal)