MOSCOU (Reuters) - O Kremlin expressou preocupação nesta quinta-feira com o aumento das tensões entre Armênia e Azerbaijão sobre a região separatista de Nagorno-Karabakh, e o primeiro-ministro armênio descreveu a situação no território bloqueado como "crítica".
Nas últimas semanas, a Armênia acusou repetidamente o Azerbaijão de concentrar forças em torno de Karabakh, que Baku tem bloqueado efetivamente desde dezembro de 2022, causando fome aguda na região. Um acordo firmado para desbloquear estradas para o território no fim de semana passado ainda não entrou em vigor.
Em uma videoconferência com repórteres, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse: “É claro que estamos preocupados que a tensão não esteja diminuindo e em algumas áreas esteja até aumentando”.
Ele disse que a Rússia permanecerá em contato com ambos os países e continuará sendo um garantidor confiável da segurança no Cáucaso do Sul. Moscou tem expressado irritação com os dois países nos últimos dias.
Nagorno-Karabakh é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão, mas é povoada majoritamente por armênios étnicos. Com o apoio de Yerevan, a região conquistou a independência de facto do Azerbaijão após uma longa guerra no início da década de 1990.
O Azerbaijão retomou grandes extensões de território dentro e ao redor de Nagorno-Karabakh em uma segunda guerra em 2020, deixando a região dependente de uma única estrada que a liga à Armênia. Essa estrada está fechada desde dezembro de 2022, causando escassez de alimentos, combustível e medicamentos.
A agência de notícias estatal armênia Armenpress citou nesta quinta-feira o primeiro-ministro Nikol Pashinyan dizendo que a situação humanitária dentro de Karabakh é desesperadora. Ele disse que um caminhão de ajuda russo que as autoridades de Nagorno-Karabakh permitiram entrar na região vindo do Azerbaijão na terça-feira não aliviou a crise.
(Por Reuters)