MOSCOU (Reuters) - O Kremlin rejeitou nesta sexta-feira uma acusação dos Estados Unidos de que a Rússia vem desenvolvendo um sistema de armas desestabilizadoras há mais de uma década, em violações diretas a suas obrigações com pactos de controle de armas.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, fez a acusação na quinta-feira após o presidente Vladimir Putin anunciar uma coleção de novas armas nucleares, dizendo que elas podem atingir quase qualquer ponto do mundo e evitar um escudo de mísseis construído pelos EUA.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres em teleconferência nesta sexta-feira que a Rússia negou categoricamente que isto violou quaisquer pactos internacionais de controle de armas.
A Casa Branca informou que o presidente dos EUA, Donald Trump, discutiu sobre as afirmações de Putin sobre armas nucleares em telefonemas separados com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o presidente da França, Emmanuel Macron, na quinta-feira.
Os líderes “compartilharam suas sérias preocupações” sobre as afirmações e concordaram que “prejudicam discussões produtivas sobre uma variedade de questões entre a Rússia e o Ocidente”, informou a Casa Branca.
Peskov rejeitou uma afirmação de que o discurso de Putin, um dos mais belicosos em anos, irá aprofundar o isolamento internacional da Rússia e disse que isto não proclama o início de uma nova corrida armamentista.
“A Rússia não planeja ser arrastada para qualquer corrida armamentista”, disse Peskov.
(Reportagem de Polina Nikolskaya e Polina Devitt; Reportagem adicional de Eric Beech, em Washington)